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Carros & Motos
Sexta - 20 de Abril de 2012 às 08:51
Por: Rodrigo Lara

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O segmento dos sedãs compactos pode ser dividido em três turmas distintas: a do baixo custo, a do espaço interno e a dos carros que querem ser um degrau antes de modelos maiores. O Honda City faz parte desse último grupo, não tanto por ser refinado – não entenda mal, o sedã não é um carro pelado ou mal-acabado –, mas sim pelo preço. Entre os principais rivais, Ford New Fiesta Sedan e Volkswagen Polo Sedan, ele é o único com preço inicial acima dos R$ 50 mil.

Essa situação persiste no modelo 2013 do Honda. A apresentação do carro à imprensa especializada, realizada no último dia 11, teve um ar de déjà vu: as mudanças na aparência se concentraram nos para-choques, na grade dianteira cromada, na lanterna traseira e no painel. O visual ficou idêntico ao do City tailandês, reestilizado no segundo semestre de 2011.

A Honda também tratou de enxugar o número de versões, de oito para quatro. Com a linha mais compacta, a versão LX ganhou freios ABS com EBD de série e sensores de estacionamento, enquanto a top de linha EX passou a englobar itens que eram exclusivos da antiga EXL, como sensores de estacionamento, hastes atrás do volante para troca de marcha, tweeters e bancos de couro. E todas as versões ganharam um tanque maior, de 47 litros. Em resumo, um processo muito similar ao feito com o Fit 2013.

Recortes no para-choque deixara o City mais agressivo no visual

Como vem e por quanto

O preço do City 2013 manteve a média do modelo anterior. A versão DX, de entrada e equipada com câmbio manual, sai por R$ 53.620; a LX, com opções de transmissão manual ou automática, custa R$ 58.990 e R$ 62.190, respectivamente; e a EX, apenas com câmbio automático, tem preço de R$ 66.855.

O City continua caro para o segmento. A título de comparação, o New Fiesta equipado com ar-condicionado, freios ABS e trio elétrico sai por R$ 51.200. Já o Polo Sedan, na versão de entrada 1.6, sai por R$ 48.250 e traz ar-condicionado, trio elétrico e freios ABS. Em linhas gerais, não dá para afirmar que o City tem entre suas qualidades o custo-benefício. O que faz dele líder, afinal?

Comparando, o Honda perde em dirigibilidade e estilo para o New Fiesta, e em acabamento e conforto para o Polo. Aqui cabe até uma metáfora futebolística: enquanto o Ford tem a ginga de um atacante veloz e o VW a classe de um meia-esquerda armador, o City está mais para aquele volante que, se não brilha durante os jogos, mostra vontade, corre o campo inteiro, se mostra polivalente e, o mais importante, não se machuca.

 
Luzes têm novo formato, mas não alteraram muito o visual geral da traseira

Se o City não se sobressai em nenhum aspecto, ele oferece um item desejado por quem está atrás de um carro desses: a opção de câmbio automático, algo não oferecido no Ford. Já o VW, por sua vez, conta com a opção do câmbio automatizado i-Motion, mas que não oferece o mesmo funcionamento suave das caixas automáticas tradicionais. Pesam ainda a confiabilidade atrelada à marca Honda e a imagem forte que os carros japoneses têm no Brasil. A receita do sucesso do City está aí.

Os novos para-choques garantem visual mais agressivo ao sedã, abusando de vincos. As lanternas traseiras, com novo formato e dois refletores brancos, também ajudam a dar novos ares ao carro. O interior continua confortável e com bom espaço para os ocupantes, tanto na frente quanto atrás. O painel, agora com iluminação azul, ficou com ar mais moderno. Nada, entretanto, que apague o estilo conservador no geral.

 
Painel agora traz iluminação azul e ar mais moderno; espaço interno continua bom

Conservador também é um ótimo adjetivo para qualificar a experiência atrás do volante. Avesso às emoções, o City revela um comportamento dócil e correto. Não maltrata os ocupantes com sacolejos, sem que isso signifique um comportamento similar ao de um barco: não há fortes inclinações em curvas, e o carro transmite confiança nos desvios.

O motor 1.5 16V não passou por mudanças. Rende 116 cv com etanol e 115 com gasolina a 6.000 rpm, com torque de 14,8 kgfm a 4.800 rpm. Nas versões equipadas com câmbio manual, o propulsor – aliado à disposição do motorista em trocar de marcha – dá conta do recado. Quando equipado com a caixa automática de cinco marchas, contudo, o City tem desempenho mais sonolento. O câmbio, ao menos, apresenta funcionamento suave.

Não é arriscado dizer que o City manterá o bom ritmo de vendas. O Honda carece de brilho ou um temperinho extra, mas aqui cabe um questionamento: será que a opção mais conservadora do segmento gostaria de abandonar o ar careta e arriscar o sucesso no mercado com uma transformação mais profunda? A Honda, aparentemente, pensa que não e adotou a filosofia de que em time que está ganhando (quase) não se mexe.






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