Deucimar questiona membros da CPI e já ameaça a pedir cassação de 2

   Irritado com o segundo adiamento da entrega do relatório da CPI que investiga o superfaturamento de R$ 1,1 milhão na reforma da Câmara de Cuiabá realizada em 2009, o vereador Deucimar Silva (PP) esbravejou na manhã desta quinta (19) que os trabalhos da comissão já extrapolaram o prazo novamente e os membros estão prorrogando porque querem “manchar” sua imagem.

    O parlamentar revelou que já sabe o resultado da CPI nos bastidores e disparou: “eu sei que eles vão pedir minha cassação, mas quem são eles para pedir isso? eu sim posso pedir a cassação de dois ai”, ameaçou. Ele declarou que já solicitou a devolução do valor superfaturado na Justiça e não vai aceitar que ninguém use a imagem dele para se promover. “A partir de hoje não aceito mais ninguém vindo com conversa fiada. Eu sequer fui convidado para ouvir as testemunhas nas oitivas”, reclamou.

    O progressista protocolou um novo pedido de nulidade da comissão nesta manhã e prometeu uma coletiva reveladora à imprensa após a entrega do relatório. “Já deu 92 dias que eles estão trabalhando, eu sinto vergonha. Eles não conseguem achar nada contra a minha pessoa e o prazo venceu outra vez. Eu vou convocar uma coletiva falando a verdade”, prometeu.

     Deucimar afirmou que o relatório do TCE que aponta o superfaturamento, o inocenta e que a “devassa” feita pelo Crea durante a perícia técnica na Câmara, solicitada pela CPI, também não encontrou nada contra ele. De acordo com ele, no história do país deve ter sido o único a assinar uma Comissão contra ele mesmo e ainda a prorrogação de prazo, que teria sido feita sem respeitar a legislação.

     Para o vereador, seu defeito é falar a verdade na cara das pessoas. Ele declarou também que os membros da CPI estarão prorrogando o prazo de entrega do relatório, pois estão com vergonha de entregar esse relatório. “Querem que renuncie ao cargo para assumir uma cadeira na Assembleia antes de entregar”.

     O presidente da comissão, vereador Edivá Alves (PSD), por sua vez, garantiu que os trabalhos ainda estão dentro do prazo e que o relatório será entregue na manhã desta sexta (20) no protocolo-geral da Câmara. O social-democrata disso que falta consenso de redação em alguns pontos, que serão finalizados na tarde desta quinta.

     Edivá ponderou ainda que o tempo para elaboração do relatório foi muito curto, por isso, a demora para protocolá-lo. “Tivemos atraso para realização da perícia técnica. Tentamos algumas empresas e não conseguímos, depois tentamos ouvir a empresa envolvida e também não obtivemos êxito. Após isso, tinha os 10 dias para defesa, o tempo do relatório ficou muito curto”, pontua.