Prefeito chegou adequar projeto, mas desistiu de obra devido à capacidade de endividamento do município. Recursos serão para pavimentação
Mauro Mendes descarta implantação de BRT
Apesar de ter realizado alterações no projeto aprovado no ano passado por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 Mobilidade Urbana, o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), descartou qualquer possibilidade de implantação do Bus Rapid Transit (BRT) na Capital.
O modal seria utilizado como alternativa e faria a ligação com o sistema que está sendo implantado pelo governo do Estado visando à Copa de 2014: o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
O socialista afirma que a medida foi descartada devido à capacidade de endividamento do município. “Acreditamos que o município precisa de ações mais urgentes, por isso, demos prioridade a outros projetos”, pontua.
Conforme levantamento interno Palácio Alencastro, a prefeitura tem apenas R$ 250 milhões de capacidade de endividamento. Para garantir a implantação do BRT, seria necessário um financiamento de aproximadamente R$ 80 milhões, o que comprometeria aproximadamente 30% do montante.
Mendes já solicitou ao Tesouro Nacional um estudo acerca da capacidade do município de contrair novas dívidas, contudo, ainda não obteve resposta. Ao todo, o PAC Mobilidade Urbana disponibilizou R$ 7 bilhões a 75 cidades. Cuiabá ficaria com R$ 130 milhões, dos quais 50% seriam a fundo perdido e 50% por meio de financiamento.
A ideia de implantar o BRT como via alternativa ao VLT foi do ex-prefeito Chico Galindo (PTB). A proposta chegou a ser encaminhada ao Ministério das Cidades e foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana junto com mais dois projetos.
Em abril deste ano, entretanto, Mendes descartou a possibilidade, vindo a reconsiderá-la em junho, após promessa da presidente Dilma Roussef (PT) de liberação de R$ 50 bilhões para investimentos em mobilidade urbana para todo o país.
O novo modal contemplaria o trecho que liga o futuro Parque de Exposições, na saída para Santo Antônio do Leverger, até a avenida Fernando Corrêa da Costa, onde haverá um terminal do VLT.
O chefe do Executivo municipal, todavia, achou melhor apostar suas fichas no asfalto. “O que é melhor para a população cuiabana? Asfaltar todos esses bairros que nunca tiveram asfalto na vida, ou implantar duas linhas de BRT? Acredito que o asfalto é muito mais urgente”, avalia.
Cuiabá continua inscrita, apesar disso, no PAC 2, segunda e terceira etapas, que prevêem o acesso a R$ 150 milhões e R$ 80 milhões, respectivamente. A intenção de Mendes com estes recursos é asfaltar 100% dos bairros da Capital.
Caso a cidade seja contemplada, contrairá uma dívida de R$ 233 milhões, uma vez que os recursos serão liberados por meio de financiamento. O recurso contribuirá com o programa Novos Caminhos, que vem promovendo a pavimentação de diversas ruas.
VLT – Enquanto Mendes descarta a ideia do BRT, o governador Silval Barbosa (PMDB) “sonha alto” em relação à implantação do modal que lhe cabe. Apesar de já ter admitido que o VLT pode não ficar totalmente pronto para receber os jogos do Mundial de futebol, o peemedebista já estuda a possibilidade de ampliar as linhas.
Conforme ele, a medida deve ser adotada caso o Estado consiga ter acesso a mais recursos. “Se houver recursos a fundo perdido, vamos buscar ampliar o VLT, talvez para a Avenida dos Trabalhados ou para o Pedra 90”, afirma.
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