Presidente da CBF minimiza disputa entre Zagallo e Del Nero

O presidente da CBF, José Maria Marin, evitou nesta quarta-feira entrar na polêmica disputa envolvendo a FPF (Federação Paulista de Futebol) e a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) pela vice-presidência da entidade na região Sudeste.

Marin disse que a CBF "não se intromete" na briga. Concorrem Marco Polo Del Nero, 71, pela FPF, e Mário Jorge Lobo Zagallo, 80, indicado da Ferj.

"Eu acho uma disputa eleitoral normal, agora o José Maria Marin não indica candidato, não vota. Quem vota? O presidente de federação e o presidente de clube. Então, eu acho que são todos meus amigos, a CBF não se intromete, é uma casa democrática e eu não voto", disse após encontro com o vice-presidente da República, Michel Temer.

	Gabo Morales/Rafael Andrade/Folhapress
	Marco Polo Del Nero e Mario Jorge Lobo Zagallo são os indicados à vice da CBF

Del Nero é apontado como favorito. Reportagem da Folha de hoje mostra que pode ser oferecido um cargo simbólico a Zagallo para não parecer que foi rejeitado.

Marin não quis comentar a frase de Zagallo que voltou a dizer, em meio à disputa, "vocês vão ter que me engolir".

"Tenho maior respeito pelo Zagallo, quer como atleta, quer como técnico, quer como ser humano. Tenho maior respeito pela figura do Zagallo, então não me envolvo nessa disputa. Ele tem todo direito de entrar na disputa".

O presidente da CBF disse ainda que trabalha para melhorar a seleção brasileira para a Olimpíada de Londres, em julho, que é a atual prioridade.

"Nós podemos já começar essa recuperação no ranking [da Fifa, no qual o Brasil é só o sexto colocado] na próxima Olimpíada, nós estamos preparando uma grande seleção, temos de levar os melhores, na próxima Olimpíada. Temos de levar uma grande equipe, podemos formar uma grande seleção olímpica tanto no aspecto masculino quanto no feminino, mas principalmente com relação à seleção masculina".

Ele disse que a seleção brasileira tem todas as condições, especialmente por conta de craques. "No passado, tivemos craques consagrados, estão surgindo outros, convém destacar, não é apenas um Neymar, um Ganso, um Dedé do Vasco, e tantos outros que não quero mencionar aqui".

Marin afirmou que o vice-presidente da República, assim como todos os brasileiros, demonstrou preocupação com a formação da seleção. Segundo o presidente da CBF, essa conversa foi de cortesia, em retribuição a uma visita de Temer. Marin não respondeu se espera uma reunião com a presidente Dilma Rousseff.

Para o cartola, a relação do governo com a CBF após a saída de Ricardo Teixeira representa outro momento. "Com toda sinceridade, o passado é passado. Com Jose Marin à frente da CBF, o que interessa é o presente e o futuro. E o futuro precisamos estar unidos, CBF, governo federal, estadual, dirigentes de clubes, para termos um único objetivo que é temos sucesso na próxima Copa".

DECISÃO JUDICIAL

Questionado se meia-atacante Oscar deveria ficar no Internacional e não voltar ao São Paulo, Marin disse apenas que "decisão judicial não se discute, se cumpre".