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Quarta - 18 de Abril de 2012 às 03:49
Por: ALECY ALVES

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Beber ao ar livre: adeptos do happy hour não entenderam o projeto do deputado Emanuel Pinheiro
Beber ao ar livre: adeptos do happy hour não entenderam o projeto do deputado Emanuel Pinheiro
Comerciantes do ramo de bebidas e adeptos do happy hour, aquele encontro informal com amigos ao final do dia, que em português significa ‘hora feliz’, reagiram com surpresa e indignação ao saber que um projeto de lei, de autoria do deputado estadual Emanuel Pinheiro, proíbe a venda e o consumo de bebidas alcoólicas ao ar livre.

Em tramitação na AL, a proposta prevê multa e até a cassação da licença de bares, restaurantes, hotéis, lanchonetes, supermercados e outros estabelecimentos que insistirem em expor, vender, transportar ostensivamente e ou fazer promoções (com fixação de cartazes, por exemplo) de produtos com teor alcoólico.

Proprietária de uma distribuidora de bebidas no bairro Morada do Ouro, onde há 20 anos moradores se encontram ao final do dia para bater papo e tomar cerveja, Rosalina Coelho considerou “ridícula” a idéia do parlamentar.

No estabelecimento de “Rosa”, como ela é conhecida, não há mesas ou cadeiras dispostas como nos bares tradicionais, mas mesmo assim dezenas de pessoas se reúnem ali, na calçada, quando retornam do trabalho.

O tipo de encontro que acontece na distribuidora dela, assim como em dezenas de outros comércios que oferecem a bebida ao ar livre, estará proibido se o projeto de lei de Emanuel Pinheiro for aprovado.

“Não tem lógica uma lei dessa”, reage Rosalina, completando que o poder público não está dando conta nem de fiscalizar o comércio de bebidas para menores de idade. “Eu não vendo para menores, mas sabemos que os adolescentes compram em outros lugares e bebem, que chegam a cair nas ruas”, reclamou.

Ela também acha que, se não puder vender ou anunciar bebidas nos comércios, a mesma proibição deve se estendida ao patrocínio de eventos, como shows, assim como as propagandas nas emissoras de televisão e outros meios de divulgação.

No entendimento da empresária, ensinar sobre os danos à saúde e conseqüências do consumo de bebidas alcoólicas deveria ser responsabilidade das famílias. As escolas também deveriam abordar o tema cotidianamente, para reforçar essa compreensão e prevenir o envolvimento dos jovens com o álcool, sugere.

Defensor e adepto do happy hour como forma de aliviar o estresse de um dia cansativo de trabalho, o servidor público Luiz Antônio Pereira de Araújo e Silva, 45 anos, foi sarcástico com a possibilidade de haver uma lei que o proíba de beber ao ar livre.

“O caro deputado, caro mesmo, só pode estar brincando de legislar”, reagiu. “Logo em Cuiabá, onde a temperatura chega aos 40 graus praticamente todos os dias e o povo gosta de beber na rua, debaixo das árvores, na beira do rio e tantos lugares abertos ele vem com essa ideia?”

A assessora jurídica do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, Cláudia Aquino de Oliveira, disse que desconhecia o projeto do deputado e que preferia levantar informações a respeito antes de se posicionar sobre o tema.




Fonte: DO DC

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