Delegado afirma que Polícia não apreenderá menores
Adolescentes que cometerem atos infracionais de tráfico de drogas, assaltos e homicídios em Colíder (650 km ao norte da Capital) não serão apreendidos pela Polícia Civil. Pelo menos, é o que garante o delegado da cidade, Sérgio Ribeiro, obrigado pela Justiça a liberar 3 adolescentes menos de 24 horas depois de ter estourado uma boca de fumo no município.
Além dos 3 menores, a polícia encontrou 2 adultos. Com eles, mais de 3 quilos de entorpecentes, entre cocaína, maconha e crack, além de um revólver calibre 357, de uso restrito, e munição.
Com o material, Ribeiro solicitou à Justiça a internação dos 3 adolescentes, que já possuem outras passagens pela polícia. “Buscamos vaga no Complexo do Pomeri e em outras unidades, uma vez que 2 deles haviam sido apreendidos 10 dias antes comercializando drogas”.
No entanto, a juíza da comarca da cidade entendeu que não havia necessidade de internação para os 3 menores e determinou a liberação deles.
O delegado conta que a apreensão dos 3 adolescentes, no último sábado (14), ocorreu após horas de campana em frente a uma residência apontada como ponto de comercialização de entorpecentes. Saindo da casa, 2 jovens, de 16 e 17 anos, foram abordados. Com eles, mais de 50 gramas de maconha.
Ao entrarem na casa, os policiais prenderam um casal de adultos e apreenderam outro menor. Com eles, foram encontrados o restante da droga, a arma e as munições. “Diante de tudo isso, a Polícia Civil de Colíder não irá colocar seu pequeno efetivo para este tipo de operação”.
O delegado entende que este tipo de postura do Judiciário causa revolta na população, além da sensação de impunidade. “Então, já que não adianta, os adolescentes que quiserem pode traficar drogas nas portas das escolas e andar armados que não iremos fazer nada”.
Ao final do desabafo, o delegado pede à população que, quando forem vítimas de menores, procurem o Fórum da cidade para reclamar. “E peço para a Polícia Civil que me transfira para uma cidade onde os menores fiquem apreendidos, senão irão destruir um delegado que quer muito trabalhar”.
Outro lado – Tanto a Polícia Civil quanto o Tribunal de Justiça de Mato Grosso não se manifestaram até o fechamento da reportagem.
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