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Sábado - 14 de Abril de 2012 às 04:39
Por: MARIANNA PERES

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A Usina Termelétrica de Cuiabá Governador Mário Covas retomou ontem a geração de energia elétrica. Até amanhã, 15 de abril, a planta estará ofertando 240 megaWatts (mW) ao Sistema Interligado Nacional (SIN), carga que equivale a 32% da demanda estadual contabilizada em fevereiro deste ano, em cerca de 700 mW. A térmica estava inativa por uma série de problemas deflagrados em maio de 2006 e há quatro anos e seis meses não gerava energia por meio do gás natural, seu principal insumo.

A geração atende ao pedido do Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no SIN – que atento à redução dos estoques das hidrelétricas acionou as usinas térmicas mais eficientes do Brasil. “O nível dos reservatórios do Nordeste e Sul do país está abaixo da média para o período e de forma preventiva o governo federal determinou a geração térmica para assegurar a confiabilidade energética e salvaguardar os estoques hídricos”, explica o diretor-presidente da Pantanal Energia – controladora da usina – Fábio Garcia. Como completa, a usina cuiabana está entre as mais modernas do Brasil e o nível de eficiência foi considerado pelo ONS como forma de minimizar ao máximo o impacto da geração térmica (mais cara ante a hídrica) no custo final de energia e que depois é cobrado de todos os consumidores.

O diretor tem a expectativa de que os despachos continuarão sendo demandados pelo Operador Nacional, mas a confirmação da necessidade e o volume de carga só serão conhecidos a partir de segunda-feira (16), quando semanalmente o ONS emite o comunicado.

Os 240 mW solicitados representam 50% da capacidade de geração da térmica de Cuiabá que totaliza 480 mW, mas pode atingir 520 mW em ciclo combinando, utilizando gás e vapor. Garcia frisa que a entrega de gás natural está contínua e que não há problemas de suprimento, caso a unidade tenha de operar por um período mais longo. “A geração está sendo feita 100% com gás natural e assim, de forma segura, voltamos a contribuir para a segurança do sistema elétrico mato-grossense e brasileiro”.

HISTÓRICO - Garcia lembrou que depois de tanto tempo parada, de tantas negociações para que o gás voltasse a ser fornecido pelo governo boliviano – o envio do combustível foi sucessivamente interrompido logo após a nacionalização do setor em maio de 2006 até ser totalmente cancelado – fica comprovado com a retomada que todos os esforços conjuntos valeram a pena e que importância da planta cuiabana fica provada ao SIN. “Há quase dois anos o governador Silval Barbosa passou a se empenhar pessoalmente na busca de solução e aglutinou esforços da Petrobras, do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional do Petróleo e do governo federal, empenhos que trouxeram em curto prazo a solução que a Pantanal não estava conseguindo quando tentava sozinha”.

A triagulação entre Pantanal, Estado e União culminou, após cerca de um ano de ações, no arrendamento da térmica pela Petrobras em março do ano passado. Dos cerca de 31 milhões de metros cúbicos diários que a estatal recebe da Bolívia, 2,2 milhões serão despachados pelo gasoduto Bolívia-Mato Grosso para atender a usina, assim como à demanda veicular e industrial. Com a titularidade passando à estatal brasileira, fica a cargo dela o suprimento de gás natural e a comercialização da energia gerada, por meio de contrato válido até dezembro de 2012. A figura da Petrobras coloca fim ao desabastecimento do gás e a insegurança que se instalava no Estado.

DESAFIO – A expectativa da Pantanal Energia é de que cada vez mais haja despachos da térmica ao SIN, mesmo porque, após quase cinco anos parada, a contabilidade da Pantanal Energia tornou-se negativa. Mesmo sem falar de números globais, Garcia já havia admitido há meses que a paralisação da unidade gerava um prejuízo mensal de cerca de R$ 2 milhões, cifras que considerando os meses de inatividade podem gerar um rombo de cerca de R$ 108 milhões, valor não confirmado pelo diretor.




Fonte: DO DC

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