Polícia da Nigéria resgata mulheres grávidas de "fábrica de bebês"
A polícia da Nigéria invadiu um suposto orfanato ilegal onde recuperou jovens mulheres que podem ter sido forçadas a ter filhos para vendê-los, disse um porta-voz nesta sexta-feira.
"Descobrimos a fábrica de bebês em uma área do governo local de Uruah durante uma vistoria feita após uma denúncia," disse à AFP o assistente do superintendente da polícia da operação no estado do sul Akwa Ibom, Oyekachi Orji.
Segundo ele, sete mulheres de idades entre 18 e 20 anos, incluindo três que estavam grávidas, foram libertadas da casa durante a operação realizada dia 4 de abril. Nenhum bebê foi encontrado.
Três suspeitos, incluindo o dono da casa, sua esposa e outro cúmplice, foram presos, informou.
"Os suspeitos costumavam persuadir moças a ficarem grávidas com a promessa de pagar 70 mil nairas (445 dólares) depois que tivessem seus bebês, que eles vendiam para ritualistas," disse ele.
Uma das jovens mães disse que entrou em contato com o dono da casa com a intenção de fazer um aborto, mas foi convencida a ficar até dar à luz.
"O médico me deu 70 mil nairas," segundo a imprensa nigeriana, citando a mulher. Ela também disse que o bebê foi tirado dela logo após o nascimento.
Outras "fábricas" como essa foram descobertas na Nigéria, frequentemente com o objetivo de vender bebês para casais sem filhos.
Em outubro, a polícia encontrou 17 adolescentes grávidas em uma casa no sul do estado de Anambra.
Meses antes, 32 adolescentes foram descobertas no sul da Nigéria em um lugar administrado por uma fundação, que foi acusada de forçar jovens mulheres a entregar seus filhos para a venda.
O tráfico de pessoas é amplamente difundido no oeste da África, onde as crianças são compradas para trabalhar em plantações, minas e fábricas ou como empregadas domésticas.
Outras são vendidas para prostituição ou, embora seja menos comum, são torturadas ou sacrificadas em rituais de magia negra.
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