Mais de 10 policiais de Mato Grosso foram expulsos de suas corporações em 2012. A informação é da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), que afirmou que todos eles passaram por processos de sindicâncias.
A Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso considerou violentas as atitudes de alguns policiais militares depois que turistas argentinos disseram ter sido agredidos por PMs em uma casa noturna de Cuiabá. Em outra situação, uma advogada também diz ter sofrido agressões por parte de policiais.
De acordo com os dados disponibilizados pela PM, ao todo 12 policiais foram expulsos. Também neste ano, a corregedoria da Polícia Militar abriu 64 sindicâncias para apurar as condutas de policias que atuam na capital e no interior do estado.
Conforme a corregedoria, uma vez aberto o processo de sindicância, são ouvidas todas as partes envolvidas diretamente com o fato, bem como as testemunhas. Também são requisitadas perícias para comprovar se houve ou não abuso de poder por parte da ação policial, conforme relatou a corregedoria da PM.
Para o presidente da OAB, os últimos casos envolvendo a PM podem sinalizar falta de preparo de alguns policiais. “ Recentemente a OAB denunciou as arbitrariedades ocorridas no curso de formação da PM pois o curso estimulava a violência”, relatou o Stábile.
Já o corregedor-geral da PM em exercício, coronel Joelson Sampaio, alegou que o curso de formação segue a rotina natural, onde os policias são preparados para enfrentar a realidade das ruas.
Segundo, Luzinete Vilarinho, do núcleo de assistência social da Polícia Militar, afirma que muitos policiais com sobrecarga emocional não procuram ajuda por preconceito, ou por sentirem vergonha. Segundo ela, além da dificuldade em procurar ajuda, há insuficiência de profissionais na corporação. “Na PM somente dois psicólogos estão à disposição para atender esses casos. Está longe de ser o ideal para dar qualidade no atendimento”, afirmou a capitã da PM.
Para o professor Doutor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Naldson Ramos, os policiais há muito tempo em ação e sobrecarregados acabam extravasando o nervosismo na profissão. “ Há um equívoco de policias que usam seu poder de polícia para resolver problemas de vizinho, no trânsito e até familiar. É preciso um programa de acompanhamento da saúde mental desses profissionais para que isso não ocorra com frequência”, analisou.
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