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Polícia Brasil
Quinta - 05 de Abril de 2012 às 23:29
Por: LUCAS AZEVEDO

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A Polícia Federal no Rio Grande do Sul indiciou o reitor da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Marcos Ziemer, e outras quatro pessoas por falsidade ideológica em um inquérito que investiga irregularidades no ensino à distância (EaD). Com sede em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, a universidade, que conta com 40 mil alunos em 12 cursos de EaD, é suspeita de aprová-los sem a correção das provas.

 

 

Em 2011, um ex-funcionário da Ulbra denunciou o esquema, que teria deixado de corrigir 100 mil provas de estudantes do EaD. O ex-pró-Reitor de Extensão e o ex-diretor-geral de Ensino são apontados como conhecedores e incentivadores da ilegalidade. A coordenadora dos cursos à distância e uma funcionária também participariam da fraude.

 

Em julho de 2011, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão, momento em que recolheu malotes de provas não corrigidas. O material foi encaminhado à perícia, que confirmou a irregularidade. Também há casos de alunos que foram aprovados mesmo tendo abandonado os cursos.

 

Após saber da denúncia, o Ministério da Educação (MEC) proibiu novos vestibulares para os cursos à distância. Na ocasião, a Ulbra foi instruída a refazer o seu EaD, porém ainda segue impedida de receber novos estudantes nessa modalidade. Dos 279 polos de apoio presencial em todo o País, 198 foram encerrados.

 

Caso sejam denunciados pelo Ministério Público Federal, os indiciados podem virar réus. A universidade informou em nota que aguardará ser citada e ter acesso ao relatório da PF para se pronunciar.

 

Na tarde desta quinta-feira, a reportagem tentou entrar em contato com a reitoria da Ulbra, mas ninguém atendeu às ligações. O reitor Marcos Ziemer foi nomeado para o cargo em abril de 2009, após o afastamento de Ruben Becker, acusado por funcionários de ser o responsável por inúmeras irregularidades administrativas.

 

A instituição passava por dificuldades. Em 2010, tinha R$ 3 bilhões em débitos tributários com a União e R$ 32 milhões com funcionários. Em abril de 2011, Becker, que estava no cargo há 36 anos, foi indiciado pela PF em um inquérito que apurava fraude em processo de execução fiscal da União.






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