No mês de março, de acordo com o BC, os depósitos de recursos na caderneta de poupança somaram R$ 98,94 bilhões. As retiradas totais do mês foram de R$ 96,39 bilhões.
Nos dois meses anteriores os brasileiros haviam retirado mais recursos do que depositaram. Em fevereiro, a poupança havia "perdido" R$ 412 milhões e em janeiro, R$ 2,8 milhões.
No acumulado do ano, a captação líquida de recursos da poupança (acima do volume de saída de recursos) somou R$ 2,13 bilhões. O resultado representa forte melhora em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Nesse período de 2011, o saldo havia sido negativo em R$ 162,77 milhões. Nos três primeiros meses do ano, os depósitos somaram R$ 285 bilhões e as retitadas chegaram a R$ 282,89 bilhões.
Rendimento
Os rendimentos creditados nas contas dos poupadores, por sua vez, totalizaram R$ 2,12 bilhões em março. No fim do mês passado, o volume de recursos creditados foi um pouco maior, de R$ 2,35 bilhões. Nos três primeiros meses deste ano, R$ 6,85 bilhões foram creditados nas contas dos poupadores.
Com o processo de queda dos juros em curso – com a Selic voltando à casa de um dígito no mês passado – , sobe a atratividade da poupança frente às aplicações em fundos de investimento.
Há dois anos, quando os juros chegaram a 8,75% ao ano (mínina histórica), os fundos de renda fixa que cobravam mais de 1% de taxa de administração já começavam a perder rentabilidade frente à poupança – que não tem incidência do Imposto de Renda e nem taxa de administração.
A explicação é que a poupança tem uma rentabilidade mínima associada ao investimento (TR mais 6% ao ano), enquanto os rendimentos dos fundos de investimentos estão associados aos juros básicos da economia - que estão em queda desde agosto do ano passado.
Por isso, mudanças na remuneração da poupança chegaram a ser anunciadas no passado, por meio da taxação, em 22,5%, dos saldos acima de R$ 50 mil, com o objetivo de impedir que grandes investidores migrassem para a poupança e, com isso, deixassem de comprar títulos públicos ofertados pelo Tesouro Nacional.
Especialistas avaliam que, com o processo de corte de juros em curso atualmente, o governo terá de rever a política de remuneração da poupança em algum momento. Outra alternativa do governo pode ser atrelar o rendimento da poupança ao dos juros básicos da economia. Assim, quando os juros recuassem, cairia também o rendimento da caderneta de poupança
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