AMM planeja desenvolvimento econômico dos municípios do Vale do Rio Cuiabá
Para diversificar a matriz econômica dos 13 municípios do Vale do Rio Cuiabá e criar alternativas para o desenvolvimento das cidades, a Associação Mato-grossense dos Municípios criou um grupo de estudos que vai elaborar um novo projeto econômico para a região. A iniciativa visa promover a inserção do turismo e outros segmentos como fatores de inclusão social nos municípios. A Associação de Primeiras-damas é parceira nessa ação, pois o problema afeta diretamente a parcela economicamente ativa da população, causando desemprego, violência, exclusão, entre outras mazelas sociais. Já foi realizada uma reunião com a APDM e nesta terça-feira (3) haverá novo encontro para dar continuidade às discussões.
O projeto visa também preparar os municípios para a Copa do Mundo de 2014, considerando que a região metropolitana estará em evidência, principalmente as cidades turísticas, que vão receber visitantes de várias partes do Brasil e do mundo. A iniciativa da AMM foi motivada pela manifestação do prefeito de Chapada dos Guimarães, Flávio Daltro, que tem demonstrado preocupação com a falta de recursos para desenvolver o turismo no município e no estado. Daltro concedeu uma entrevista coletiva na última semana para alertar sobre o assunto.
O superintendente da AMM, Maurício Munhoz, disse que além do turismo, será dada uma atenção especial às agroindústrias baseadas nas vocações regionais. A AMM já desenvolve vários projetos para fomentar o desenvolvimento dos municípios, principalmente daqueles considerados de economia estagnada ou exaurida. Esse grupo compreende 105 cidades de Mato Grosso, de acordo com classificação própria, elaborada pela associação.
Conforme o ordenamento, no grupo de economia estagnada estão as cidades com PIB per capita abaixo da média estadual, mas com população em crescimento e os exauridos são os municípios com PIB per capita abaixo da média estadual e com população que não apresenta crescimento. “Dos 13 municípios do Vale do Rio Cuiabá, 12 são considerados com economia exaurida ou estagnada. Somente Cuiabá não está incluído nesse grupo”, assinalou Munhoz.
Essa deficiência se reflete claramente nos altos índices de desemprego verificados na região, conforme apontou pesquisa realizada pela AMM em abril de 2011. O levantamento revelou que o problema se concentra, principalmente, na faixa etária dos 16 aos 24 anos. Essa constatação gerou, inclusive, a realização do curso de Auxiliar Administrativo da Construção Civil, promovido pela associação no ano passado para auxiliar jovens na conquista do primeiro emprego.
O levantamento apontou, ainda, que o fluxo migratório que se verifica nos municípios também é um indicador da estagnação da economia. O problema econômico tem origem na escassez de oportunidades de empregos nas cidades, que apresentam um alto grau de informalidade. Essa informalidade não significa necessariamente contratos de trabalho sem carteira assinada e sim condições precárias de trabalho.
De acordo com os dados, existe grande disponibilidade de mão-de-obra na região. Em Cuiabá, por exemplo, os desempregados chegam à taxa de 7% da população com mais de 16 anos, mas em alguns bairros periféricos esse índice pode chegar a 20%, com 80% deles incluídos na faixa etária de 16 a 24 anos.
Apesar de todas as dificuldades, a iniciativa dos prefeitos pode fazer a diferença para mudar a realidade regional. Acorizal, por exemplo, está na iminência de receber uma indústria de gelatina, que deve absorver a mão de obra local, aumentar a arrecadação dos cofres municipais e movimentar a economia de toda a região. Estima-se que serão gerados mais de 100 empregos diretos e a estimativa é de novas frentes de trabalho com a qualificação dos trabalhadores. A indústria vai estimular o setor da pecuária de toda a região, pois a matéria prima da gelatina é a pele bovina.
Para que as oportunidades possam chegar a todos os municípios da região, o estudo que está sendo realizado pela AMM visa apontar novas alternativas para que as 13 cidades se desenvolvam de acordo com as suas potencialidades. O trabalho será supervisionado pela coordenadora técnica da AMM, Emanuelle Thibes. Os resultados serão apresentados durante o XXIX Encontro de Prefeitos de Mato Grosso, que será realizado de 9 a 11 de maio, no auditório da instituição.
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