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Cidades/Geral
Terça - 27 de Março de 2012 às 10:17

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Mato Grosso é o maior centro pecuarista do Brasil, a instalação de frigoríficos recebe vantajosos incentivos fiscais e o estado se destaca como um dos maiores exportadores de carne para o mercado interno e externo. A combinação desses fatores deveria culminar num preço acessível da carne para o cidadão mato-grossense, no entanto, não é isso o que os consumidores encontram nos supermercados.

A distorção fica evidente quando se constata, por exemplo, que o preço da carne em Cuiabá, em geral, é mais alto do que em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, que não pertencem a estados produtores e que importam a carne de Mato Grosso.

O superintendente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Maurício Munhoz, avalia que a incoerência é resultado do oligopólio concentrado que domina o setor nos últimos anos no estado. Munhoz argumenta que poucas empresas detêm a hegemonia sobre o processamento e comercialização da carne, o que acaba ferindo os princípios da livre concorrência empresarial.        

Munhoz cita o grupo JBS, maior processador mundial de carne bovina, e que domina o setor em Mato Grosso. A JBS opera 11 frigoríficos no estado. Recentemente o grupo arrendou quatro unidades frigoríficas, três delas nos municípios de Confresa, Juína e Colíder. A outra fábrica está localizada em São Miguel do Guaporé, em Rondônia. As quatro plantas possuem, juntas, capacidade diária de abate de cerca de três mil cabeças. “Sem concorrentes fortes, a empresa pratica o preço que mais lhe convém, deixando o consumidor sem alternativas”, afirmou.

Atenta a essa realidade preocupante, que ameaça o equilíbrio de mercado, a Associação Mato-grossense dos Municípios está elaborando projetos de plantas de pequenos frigoríficos, que poderão funcionar como uma alternativa para os pecuaristas e para os consumidores. A instituição está criando um projeto modelo que poderá ser implantado em todos os municípios. Um dos diferenciais da iniciativa é que o projeto é repassado às prefeituras com a certificação ambiental e sanitária, necessárias para a instalação do empreendimento de forma segura e atendendo exigências legais.

A iniciativa da AMM visa fortalecer o setor principalmente nas cidades que dependem da pecuária para gerar emprego. Além disso, esses pequenos empreendimentos  também têm o objetivo de oferecer uma alternativa de comercialização da carne para os consumidores, principalmente os de baixa renda, que não têm condições de arcar com os altos custos do produto.  O rebanho de Mato Grosso é de cerca de 29 milhões de cabeças e pecuária é a base econômica de dezenas de municípios.






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