Comércio eletrônico tem oportunidade para várias áreas
O crescimento de quase 25% ao ano do comércio eletrônico no Brasil não vem fortalecendo apenas o varejo virtual. Mas também a procura por profissionais qualificados para atuar no segmento. As carreiras mais promissoras, segundo especialistas, são: analistas de sistemas, de mídias digitais e marketing digital, webdesign e segurança e arquitetura da informação.
Segundo o levantamento WebShoppers, feito pela empresa de inteligência de comércio eletrônico e-bit, em parceria com a Ecommerce School, 63% das empresas (veja mais dados nesta página) contrataram profissionais nos últimos seis meses, sendo que 79% acharam que os candidatos não atendiam a todas as habilidades necessárias. A pesquisa também revelou que 34% dos profissionais recebem salários acima de R$ 5 mil. Dos contratados, 40% ocupam os cargos de chefia, 10% coordenação, 24% gerência e 4% direção.
"O mercado está tão carente de bons profissionais que quem tem o mínimo de experiência necessária para atuar na área é contratado. Conheço um profissional que aos 24 anos foi convidado para assumir a direção geral em uma empresa. E ele está no meio do curso de pós-graduação. Realmente, o setor está bastante aquecido e precisando de mão de obra", comenta o diretor das empresas que atuam nos setor Gotcha/Audaz e MacplanPromove, Felipe Morais, de 32 anos.
Ele diz ter sete vagas abertas para a área de planejamento e não encontra profissionais com experiência. "É uma área estratégica e precisa ter alguém com um conhecimento amplo sobre o mercado e do negócio."
O gerente de e-commerce da Connect Parts, Luiz Dias, de 32 anos, afirma que também sofre para encontrar profissionais qualificados, principalmente para cargos gerenciais. "Quem está a procura de uma oportunidade de trabalho deve olhar com certo carinho para a área de e-commerce, que vem abrindo campo para várias carreiras e, cada vez mais, vai precisar de mão de obra qualificada. Até mesmo quem está atualmente no varejo físico tem boas chances de se firmar na carreira virtual. Precisamos dessa vivência para aperfeiçoar nossa atuação", diz.
Na opinião de Dias, no entanto, não adianta fazer um curso de apenas três meses e achar que é especialista e pleitear uma vaga para um cargo de gerência, por exemplo. "É preciso estudar bastante. Ler literatura específica, acompanhar palestras de grandes especialistas, fazer vários cursos, como especialização, MBA etc., para realmente adquirir conhecimento sobre o negócio." Ele acrescenta que vale a pena aceitar uma vaga para ganhar menos para ingressar no mercado. "Por conta da escassez, a ascensão é muito rápida."
Webdesigner na agência CVS, Thiago Araújo Andreo, de 28 anos, é um caso de profissional que viu o potencial do comércio virtual e resolveu investir. Formado em designer gráfico, fez cursos de webdesigner e optou por se especializar em projetos para a internet. Atualmente, é responsável por desenvolver a plataforma visual e a personalização dos sites dos clientes que querem ingressar no e-commerce. "Percebemos que a procura por esse tipo de trabalho está aumentando. E já buscamos profissionais para reforçar a equipe."
Andreo conta que seu interesse pela internet começou cedo. "Sempre desenhei e gostei muito de informática. Com o tempo comecei a mexer nos sites e me encantei. Para ser criativo e conseguir ter bons resultados nessa área é preciso gostar bastante."
Para o diretor da Universidade Buscapé, Daniel Cardoso, o setor necessita de profissionais das mais variadas áreas mas, principalmente a de marketing digital, vem sendo muito requisitada. "E são profissionais formados em marketing ou administração que podem se especializar e buscar uma vaga nesta área", diz.
A carência de mão de obra fez a universidade oferecer cursos online gratuitos de marketing digital e comparador de preço. "São disciplinas que dão uma visão básica para quem quer entrar na área. Mas há cursos que garantem certificado de consultor de e-commerce." Basta acessar o site: www.universidade.buscape.com.br.
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