A perfeição do Osasco e a classificação do RJX
Quem gosta de vôlei, deve ver e rever com atenção o primeiro set da vitória do Osasco sobre o Minas na primeira rodada das semifinais da Superliga de Vôlei. O placar foi 25/7 e o Osasco não errou. Foi um set perfeito, desses raros de se ver. Resultado de muita concentração e disciplina tática.
Aliás, a parcial de 25 a 7 só foi registrada em apenas outro jogo desta Superliga: na fase de classificação, o Vôlei Futuro fez 25 a 7 no Macaé.
A vitória do Osasco sobre o Minas foi por 3 sets a 1 (25/7, 25/20, 19/25 e 25/18). O time mostrou um saque poderoso. E você sabe, quando o saque funciona, tudo fica mais fácil para o bloqueio. A equipe montou um paredão e fez 19 pontos nesse fundamento.
Só a oposto americana Destinee Hooker fez cinco desses pontos. Contra o Minas, é preciso bloquear bem já que a equipe conta com duas grandes atacantes: as cubanas Herrera e Ramirez.
A Superliga está muito equilibrada. No próximo jogo, sexta-fera em Belo Horizonte, o Minas pode até empatar a série, mas acho difícil. O Osasco está jogando bem. A base é a levantadora Fabíola e a oposto Destinee Hooker; as ponteiras Tandara e Jaqueline; as centrais Thaísa e Adenízia; e a líbero Camila Brait.
O ponto que o time mais vacila é na recepção. Tandara é caçada pelo saque dos adversários. Ela é a parte mais frágil da linha de passe, que é formada também por Jaqueline e Camila Brait. A única maneira de o Minas provocar o terceiro jogo é ter um bom saque para conseguir marc ar o ataque adversário.
No torneio masculino, a surpresa foi a segunda derrota seguida do Sesi para o RJX nas quartas-de-final da Superliga. São dois grandes times e a expectativa era que a vaga fosse decidida em três confrontos. Ok, foram jogos disputados: o RJX venceu duas vezes por 3 sets a 2, a última delas neste sábado, e já garantiu vaga nas semifinais.
O time carioca cresceu na competição na hora certa. Na fase de classificação, fez uma campanha decepcionante. Acabou em sétimo lugar. Sofreu pressões e o competente técnico Marcos Miranda, campeão olímpico nos Jogos de Barcelona como auxiliar do Zé Roberto Guimarães, estava até com o cargo ameaçado. Que coisa, né? O vôlei anda meio com a cabeça dos dirigentes de futebol. Mas a história mudou.
Está certo que o RJX tem um timão. Dá só uma olhada na escalação de alguns titulares: o ponteiro Dante, o central Lucas, o levantador Marlon, o oposto Théo e o líbero Alan. Mas o problema é que a equipe sofreu com problemas de lesão. Exemplo: Dante, que passou grande parte da temporada ainda se recuperando, está jogando um bolão nesta reta final. No primeiro jogo das quartas-de-final, deu show. Marcou 25 pontos, foi o maior pontuador e melhor jogador da partida. Ganhou elogios até do técnico adversário, o Giovane. No segundo confronto, o saque do RJX fez a diferença.
O Sesi teve problemas sérios de lesão. Ficou um mês sem o oposto Wallace. Ele até voltou a jogar, mas ainda não está em plena forma. A equipe foi formada para lutar pelo bicampeonato. Tinha um grande time para isso com jogadores como o ponteiro Murilo, o central Sidão, o líbero Escadinha, o levantador Sandro e o Wallace, mas não deu.
A cena mais comovente desse jogo ficou por conta do abraço emocionado do técnico Giovane em sua filha Giulia. Logo que acabou o jogo, Giulia, chorando, foi abraçar o pai. Os dois derrubaram algumas lágrimas juntos. Giulia joga vôlei, tem 14 anos e já foi convocada para as categorias de base da seleção brasileira.
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