Sete anos após entrar em vigor, a lei que destina vagões exclusivos às mulheres em trens e metrôs do Rio é cada vez mais desrespeitada. A SuperVia investiga um incidente ocorrido na manhã desta sexta-feira em que uma mulher teria sido agredida e outra ameaçada com uma arma após tentarem impedir que homens invadissem o vagão feminino na estação Madureira. De acordo com a leitora Michelli D’Ávila, o incidente teria ocorrido por volta das 7h da manhã em um trem que saiu de Bangu com destino à Central do Brasil.
“O vagão feminino, que, especificamente nesse horário tem mulheres lutando por direito e respeito, sofreu um ataque. Uma senhora levou um soco no rosto e uma outra, que tentava argumentar seus direitos, foi ameaçada com uma arma por um menor”, afirma a leitora.
A leitora relata ainda que pediu ajuda a um segurança da SuperVia, mas que teria sido orientada a procurar a Polícia Militar. Michelli afirma que o destrato com as mulheres que esperam pelo vagão exclusivo é diário: “As mulheres precisam de mais segurança e precisam de alguém que se responsabilize de impedir os homens dentro do vagão. É uma lei”.
A SuperVia afirma que busca cumprir a lei estadual 4.733/06, mas que a medida não garante a retirada de homens de dentro do vagão. Equipes de orientadores e uma nova sinalização nas composições auxiliam na conscientização dos usuários de trens, de acordo com a concessionária. A empresa ressaltou ainda que os seguranças das estações são treinados para auxiliar os passageiros e conter confusões.
O desrespeito à lei, sancionada em 2006, se estende também ao metrô. Na última semana, duas leitoras enviaram fotos ao Eu-repórter de homens acomodados nos vagões femininos em composições das linhas 1 e 2. A lei prevê a destinação de um vagão somente para mulheres entre as 6h e 9h da manhã e das 17h às 20h, de segunda a sexta-feira.
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