Delegado de Aripuanã diz ter sofrido intimidação e ameaça
No último dia 22/03/2012 policiais militares apresentaram conduzido à Delegacia de Polícia o senhor Josias Paulino de Castro por estar na posse de diversas armas de fogo, sendo que a prisão se deu devido ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão.
Segundo o delegado de polícia João Romano da Silva Junior, a prisão em flagrante não foi mantida por ele, devido a questões de ordem técnica e jurídica, às quais foram fundamentadas, e tudo foi encaminhado ao Poder Judiciário para apreciação.
Independente da não manutenção da prisão em flagrante, o delegado afirma que foi instaurado inquérito policial para apuração do fato e eventual indiciamento da referida pessoa que estava na posse das armas de fogo.
O delegado informa que existe uma circunstância maior por trás da aparente simplicidade do caso, pois o pano de fundo é uma questão agrária envolvendo a Fazenda Marinepar, localizada no Distrito do Guariba, e que o indivíduo Josias seria um suposto invasor de referida propriedade rural.
Segundo versão de João Romano durante a elaboração do auto de prisão em flagrante delito, que não foi mantido, conforme citado, uma pessoa, que se apresentou como proprietário da Fazenda Marinepar, e que mora na cidade de Curitiba, ligou para o seu celular pessoal do delegado e em tom intimidativo questionou a atuação do mesmo.
O delegado reportou que hoje pela manhã um advogado da referida pessoa ligou no seu celular pedindo explicações sobre o caso, às quais foram dadas.
Ainda segundo João Romano, tendo em vista que não guardou o nome da pessoa que havia ligado e se apresentado como o proprietário da fazenda citada, pediu para um investigador retornar a ligação na data de hoje 23/03/12 para saber quem era a pessoa.
Com a ligação do investigador, a referida pessoa se identificou como Ricardo, à qual teria dito que já havia marcado uma reunião com o Chefe da Casa Civil, bem como com o Secretário de Segurança, e que as coisas não iriam ficar assim, e que inclusive iria “investigar” o delegado, dizendo ainda, segundo versão de João Romano: “vocês mexeram com a pessoa errada”.
A respeito disso, o delegado afirmou que fez apenas o seu papel de profissional garantidor das liberdades individuais, e que observou todos os ditames constitucionais e legais, inclusive não abrindo mão do princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, e que já registrou boletim de ocorrência a respeito do fato e irá comunicar seus superiores hierárquicos.
Por fim, o delegado afirmou que age com imparcialidade, e que é pago para atuar em prol de toda a sociedade e não de um indivíduo ou de um grupo em particular, e que não teme represálias.
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