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Polícia Brasil
Sexta - 23 de Março de 2012 às 22:23

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Detido sob suspeita de envolvimento com a "gangue das loiras" e liberado após ser considerado inocente, o marido de uma das supostas integrantes do grupo foi preso novamente hoje, no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), em São Paulo, após ser denunciado por vítimas que o reconheceram por fotos divulgadas na imprensa.

Vagner Dantas da Silva havia sido detido por policiais do 5º DP (Aclimação) e, no primeiro momento, foi identificado como integrante do grupo.

A prisão foi comunicada à imprensa e Vagner teve sua foto amplamente divulgada pelos meios de comunicação.

Porém, os policiais do DHPP disseram que não se tratava do procurado, mas do marido de uma das loiras e homônimo de Wagner de Oliveira Gonçalves, 36, apontado como chefe do grupo.

Com a prisão considerada um erro, Vagner foi ouvido e foi liberado por volta das 23h da quarta (21). Segundo a polícia, ele não tinha envolvimento com a gangue, apesar de já ter respondido por roubos a condomínios.

Após a sua soltura, porém, algumas vítimas que viram sua foto ligaram para a polícia, dizendo que reconheciam o rosto de Vagner e o apontavam como participante dos assaltos feitos pela gangue.

Convocado, Vagner compareceu nesta sexta-feira à sede do DHPP para prestar esclarecimentos. Segundo a polícia, seu advogado havia lhe garantido que ele não seria preso, dizendo a ele que subornaria os policiais.

Quando chegou ao prédio, Vagner foi detido, e na presença de policiais, disse que havia combinado pagamento de propina para sua liberação, o que causou a prisão também de seu advogado.

Segundo a polícia, Vagner Dantas da Silva é marido da mulher que havia sido identificada inicialmente como Silmara Lan. Seu nome real é Lilmara Valezin e só foi descoberto porque Silva levava com ele os documentos da mulher.

CINEMA

A gangue foi descoberta com a prisão da primeira mulher, Carina Geremias Vendramini, 25, presa no dia 9.

Priscila Amaral, Lilmara Valezin, Franciely dos Santos, Vanessa Geremias Vendramini, Monique Awoka Scasiota e Wagner de Oliveira Gonçalves são consideradas foragidas pela polícia.

A quadrilha usava personagens do cinema para se identificar durante os crimes. Segundo o delegado Alberto Pereira Matheus Jr., titular da 3ª delegacia Antissequestro do DHPP, Gonçalves chamava as comparsas de "Bonnie", enquanto ele era chamado por elas de "Clyde", em referência ao famoso casal de criminosos cuja história virou filme em 1967.

O grupo começou praticando roubos a condomínios e, desde 2008, atuava com sequestros-relâmpagos, de acordo com a polícia.
Segundo Matheus Jr., o fato da maioria das integrantes serem loiras dificultou o mapeamento de toda a quadrilha já que as vítimas não conseguiam identificar as criminosas por elas serem relativamente parecidas.

"Existe toda uma estrutura por parte delas para dificultar a identificação. Eu tenho muitos anos trabalhando com crimes contra o patrimônio e fazia tempo que não via um grupo tão organizado", disse o delegado ontem (20).

Em depoimento, Carina negou os crimes e disse que pode estar sendo confundida com sua irmã, Vanessa. Ela disse ainda que Vanessa é amiga de infância de Monique, mulher de Wagner, e ele seria o responsável pela introdução das duas no "mundo do crime".

  Divulgação  
Polícia Civil identificou as 6 suspeitas de integrar da "gangue das loiras": Vanessa,Franciely, Carina (presa), Priscila, Monique e Silmara
A polícia identificou as seis suspeitas da "gangue das loiras": Vanessa Vendramini, Franciely dos Santos, Carina Vendramini, Priscila Amaral, Monique Scasiota e Lilmara Valezin (de cima para baixo, da esquerda para a direita)

De acordo com a polícia, as mulheres do grupo, cinco loiras e uma morena, andavam sempre bem vestidas e aparentavam ser de classe média alta.

Eles preferiam vítimas loiras, para que pudessem usar suas identidades ao fazer compras com os cartões de crédito.

AÇÕES

As abordagens eram feitas em estacionamento de supermercados e shoppings de São Paulo. Segundo o depoimento de Carina, o grupo também chegou a atuar em regiões nobres do Rio de Janeiro, como Copacabana.

A polícia agora investiga se a atuação da quadrilha chegou ao Paraná, onde Carina morava com o marido.

De acordo com Matheus Jr., a ação sempre começava com um casal abordando a vítima --mulheres desacompanhadas-- no estacionamento. Umas das mulheres e Wagner se aproximavam armados enquanto a vítima colocava suas compras no porta-malas. Eles então a obrigavam a entrar no banco dianteiro do próprio carro e entregar joias, dinheiro, documentos, além dos cartões bancários.

O suspeito e a comparsa rodavam pela cidade com o carro da vítima enquanto uma segunda integrante do grupo ficava com o cartão de crédito para fazer as compras e saques.

Segundo o delegado, as mulheres sempre agiam com mais agressividade, dando coronhadas e puxando os cabelos das sequestradas, enquanto Wagner se passava por "bonzinho", pressionando as mulheres a entregarem tudo o que tinham.

Eles se comunicavam por telefone assim que as compras eram finalizadas e a sequestrada era abandonada próximo ao local onde foi abordada.

Quando as vítimas não eram loiras, Monique, única morena do bando, fazia o papel da pessoa que usava os cartões nos estabelecimentos comerciais.

De acordo com o DHPP, foram mapeados mais de 50 sequestros-relâmpagos parecidos com a ação da "gangue das loiras" na capital paulista e a polícia investiga a atuação no grupo nessas ações.






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