Operários da Arena da Amazônia fazem paralisação em Manaus
Operários que trabalham no canteiro de obras do estádio Arena da Amazônia, que vai sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014 em Manaus, paralisaram as atividades a partir das 8 horas desta quinta-feira.
Eles reivindicam volta das horas extras --cortadas, segundo os operários, há três meses--, fim de assédio moral e demissão de dois engenheiros. Os operários acusam os engenheiros de xingá-los e de forçar o trabalho até durante temporais.
Bruno Kelly - 2.mar.12/Reuters | ||
Obras na arena de Amazonas para a Copa do Mundo-2014 |
Os trabalhadores afirmam que ao menos 400 dos 500 operários estão parados. A construtora responsável pela obra, Andrade Gutierrez, diz que cerca de 150 aderiram à manifestação.
A paralisação dos operários não atinge o setor de pré-moldados da obra, onde trabalham cerca de 600 pessoas.
De acordo com a assessoria de imprensa da Andrade Gutierrez, as reivindicações estão sendo analisadas.
CRONOGRAMA
Com custo de R$ 500 milhões, a obra da Arena da Amazônia tem 37% de seu cronograma cumprido, segundo a empresa. A construtora não informou se o andamento da construção foi comprometido com a paralisação.
O operário Edilson Gonzaga, 24, disse que, com o corte das horas extras, o salário, que ficava em média de R$ 900, caiu para R$ 600. O grupo trabalha de segunda a sábado, oito horas por dia.
Segundo o funcionário Dilamir Barbosa da Silva, 43, os trabalhadores exigem as demissões dos engenheiros devido às humilhações. "Eles ameaçam a gente de demissão o tempo todo. A Fifa precisa fazer alguma coisa, porque a obra está atrasadíssima", afirmou.
O Ministério Público do Trabalho informou que vai investigar as denúncias dos trabalhadores e que, em janeiro, recomendou à construtora Andrade Gutierrez que não provocasse constrangimentos aos funcionários.
O governo do Amazonas, responsável pelo projeto da Copa do Mundo em Manaus, não comentou a paralisação.
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