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Polícia Brasil
Terça - 20 de Março de 2012 às 18:59
Por: Ericksen Vital

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Galpão onde os agrotóxicos eram falsificados fica em Bady Bassitt (Foto: Reprodução / TV Tem)
Galpão onde os agrotóxicos eram falsificados na cidade de Bady Bassitt (Foto: Reprodução / TV Tem)



A Polícia Civil de Mato Grosso confirmou nesta terça-feira (20) que vai indiciar sete pessoas suspeitas de envolvimento em uma quadrilha que falsificava agrotóxico e vendia com nota falsa para todo o país. A assessoria de imprensa da corporação anunciou que os suspeitos serão indiciados pelos crimes de estelionato, falsificação de documentos, receptação, fabricação e transporte em desacordo com a legislação ambiental e formação de quadrilha.

O grupo foi desarticulado durante a Operação Paracelsus deflagrada no último dia 13 nos municípios de Bady Bassit e São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Participam da operação oito policiais da Polícia Civil de Mato Grosso com apoio de policiais da Polícia Civil de São José do Rio Preto (SP).

A equipe policial, segundo a assessoria, retornou neste fim de semana a Cuiabá depois de cumprir três dos sete mandados de prisão temporária (cinco dias) decretados pela Justiça de Mato Grosso, e avalizado pela Justiça paulista. Além disso, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, e um deles na fábrica clandestina que falsificava o agrotóxico.

Na fábrica, localizada no município de Bady Bassit, a operação apreendeu 200 quilos do veneno. A fábrica foi fechada pela polícia por não ter licença ambiental de funcionamento. No local, os policiais também apreenderam uma grande quantidade de um pó branco, que possivelmente seja um dos componentes utilizados para produzir o veneno falsificado.

No call-center da empresa de produção de produtos orgânicos, em São José do Rio Preto, os policiais apreenderam vasta documentação que comprova a venda ilegal do veneno. Entre os materiais apreendidos estão orçamentos e pedidos dos produtos despachados pelos Correios para compradores de todos os estados do Brasil. O agrotóxico era enviado com notas fiscais de vitaminas especial, ao valor médio de 2 mil, enquanto que o verdadeiro produto é comercializado por cerca de R$ 6 mil.

Conforme as investigações, a empresa atuava há cerca de dois anos na venda ilegal do veneno. Entre as documentações, a Polícia Civil apreendeu uma venda de três mil quilos para três fazendas de Mato Grosso, no valor de R$ 90 mil e outra remessa de R$ 80 mil.

Indiciamentos
O delegado Carlos Fernando Cunha, da Polícia Civil de Mato Grosso, vai indiciar os donos da empresa, três filhos e dois gerentes. Conforme o delegado, não foi possível cumprir o mandado de busca e apreensão no escritório da empresa, pelo fato da firma ter mudando de endereço no final do ano passado. Mas isso, segundo Cunha, não inviabilizou o resultado da operação, pois a polícia conseguiu comprovar a falsificação do agrotóxico e fechar o principal ponto de produção.

Com apreensão de mais de 100 litros do veneno, ao longo de um ano, em caixas com notas fiscais de vitaminas, na agência distribuidora dos Correios, em Várzea Grande, cidade da região metropolitana de Cuiabá (MT), a Delegacia Especializada do Meio Ambiente descobriu que o produto, fabricado com autorização pela empresa, era falsificado em uma fábrica no município de Bady Bassit, de onde era comercializado para todo o Brasil para uso em lavouras de soja.

Destinação
“O produto que a empresa vende com permissão é destinado às indústrias de álcool, pois é muito concentradom, e esse está sendo vendido para lavouras, colocando em risco milhares de pessoas. É um risco invisível que vai acumulando no organismo”, pontuou o delegado. O veneno é considerado altamente tóxico.

Segundo a Polícia Civil, todo o agrotóxico apreendido em Várzea Grande, que deu origem a investigação, foi periciado e comprovado que estava sendo distribuído de forma inadequada, colocando em risco as pessoas que os manuseiam e a saúde da população que consomem os alimentos proveniente das lavouras que o utiliza como inseticida.





Fonte: Do G1 MT

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