Deputados e sociedade dividem comitê redator da nova constituição egípcia
O Parlamento do Egito aprovou no sábado (17) com uma arrasadora maioria que o comitê encarregado de elaborar a nova Constituição seja composto por 50 legisladores e 50 representantes da sociedade egípcia.
Assim anunciou o presidente da câmara baixa do Parlamento, Mohamed Saad al Katatni, após a votação que aconteceu durante uma reunião mista de deputados e senadores, informou a agência oficial egípcia de notícias "Mena".
Katatni, que pertence ao Partido Liberdade e Justiça (PLJ) - o braço político do movimento islamita dos Irmãos Muçulmanos, que ocupa a metade das cadeiras da câmara baixa - afirmou que a proposta dessa formação política obteve 472 votos de um total de 585.
Atrás ficaram outras propostas que colocavam uma distribuição diferente dos membros do comitê constitucional e que não tiveram apoio suficiente.
No dia 3 de março, o Parlamento do Egito deu o primeiro passo para elaborar a nova Constituição do país ao anunciar que em 24 de março divulgará os nomes dos cem membros do comitê constituinte.
Nessa reunião mista das duas câmaras, foi criada uma comissão encarregada de consultar com deputados, senadores e representantes da sociedade egípcia a formação de uma Assembleia Constituinte.
Katatni destacou que a assembleia deverá incluir representantes das forças políticas, organizações profissionais, sindicais, religiosas, sociais, culturais e do mundo da ciência e da arte.
Ele também mostrou sua esperança de que a futura Carta Magna expresse os objetivos da Revolução de 25 de Janeiro e seja redigida com consenso social, sem levar em conta as maiorias de partidos políticos, em alusão a seu próprio partido.
O triunfo das formações islâmicas nas últimas eleições legislativas motivou a preocupação de outros partidos e setores sociais, que temiam que a nova Carta Magna fosse redigida segundo os interesses islamitas.
A elaboração de uma nova Constituição é um dos passos fundamentais no processo de transição no Egito, que deverá ser coroado com a escolha de um novo presidente da República nas eleições convocadas para os dias 23 e 24 de maio.
Comentários