Superbactéria pode ter causado duas mortes em Fortaleza
Duas pessoas morreram em Fortaleza com suspeita de infecção pela superbactéria KPC. As vítimas estavam internadas no Instituto do Câncer do Ceará, que não divulgou a data das mortes.
A Secretaria de Saúde do Estado informou que os casos foram classificados como "possivelmente positivos" -um exame detectou a infecção pela bactéria resistente a antibióticos, mas a confirmação deve ocorrer após um novo teste, mais sofisticado.
Segundo o hospital, outras cinco pessoas podem estar infectadas pela superbactéria. Elas foram isoladas, apesar de não apresentarem sintomas. O resultado dos exames deve sair na semana que vem.
O hospital está funcionando normalmente e informa que não há risco para os pacientes que se tratam ali.
A Secretaria de Saúde diz que não há surto, mas que o caso é "preocupante" devido às mortes. "Todos os procedimentos-padrão do hospital vão ser investigados", disse o coordenador de promoção e proteção à saúde da secretaria, Manoel Fonseca.
Ele destacou, porém, que a presença da KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase) é normal em hospitais que tratam de pacientes crônicos e com doenças graves.
Segundo ele, foram registrados 25 casos "possivelmente positivos" no Estado neste ano, que ainda aguardam confirmação. No ano passado, foram 150 casos, mas ninguém morreu.
Fonseca diz que os dados estão dentro da média, de um a dois casos por mês, em hospitais grandes com UTI.
A infecção ocorre quando uma bactéria naturalmente presente no corpo sofre mutação e passa a ser resistente a antibióticos. Em pessoas com a saúde debilitada, ela ela age como uma bactéria oportunista e causa infecções graves. Há tratamento, mas com antibióticos mais fortes.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) disse que, neste ano, não houve notificação de surto de KPC. Segundo a agência, entre 2009 e 2010 foram notificados cerca de 250 casos.
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