O corpo do adolescente João Cleber dos Santos Silva de Matos, de 16 anos, foi localizado enterrado numa cova rasa na frente da casa onde ele residia, na Rua 51, da segunda etapa do Pedra 90, em Cuiabá. Ele teria sido morto a golpes de marreta no dia 6 de fevereiro pelo primo, da mesma idade, que cavou a cova e o enterrou. O cadáver foi localizado anteontem à tarde após policiais militares do Pedra 90 receberem uma denúncia anônima.
Segundo a delegada Sílvia Pauluzi, o adolescente ainda ficou mais de 30 dias morando com o cadáver do primo enterrado na frente da residência. Há uma semana o infrator sumiu, levantando a suspeita de que João Cleber tinha desaparecido.
Apesar de um muro alto na frente, os policiais conseguiram entrar no quintal pelos fundos e perceberam que na frente da casa havia terra fofa. Ao checar, localizaram o cadáver. A casa estava abandonada e havia indícios de que os moradores tiveram que sair às pressas, como se tivessem fugindo de alguém.
O infrator foi detido horas após a escavação e a localização do corpo de João Cleber. Ele não só confessou o crime, como também apontou onde deixou a arma do crime. Ele tinha jogado a marreta numa fossa nos fundos do terreno.
A marreta foi localizada ontem de manhã. Os bombeiros vasculharam a fossa e localizaram a parte de metal já separada do cabo. Próximo da fossa havia roupas da vítima, queimadas pelo assassino numa tentativa de apagar as pistas.
Em relato à delegada, o garoto alegou que discutiu com o primo por causa de uma receita de medicamentos contra a doença venérea que tinha contraído. “A discussão envolveu a mãe do garoto morto, os dois lutaram entre si e a briga terminou com a morte de João Cleber”.
Após assassinar o primo, o infrator pegou uma enxada e não conseguiu cavar. Então, emprestou a pá de um vizinho. Após cavar a sepultura, enterrou o corpo. Os policiais descobriram que os dois primos eram usuários de drogas e a casa se transformara num “fumódromo” que atraía vários viciados. A mãe do infrator acabou se mudando para o Parque Cuiabá, onde o garoto foi preso.
João Cleber morava com a tia recentemente, pois a mãe dele morreu no final do ano. A irmã dele reside em Várzea Grande, mas não chegou a registrar queixa de desaparecimento. “Ficamos sabendo no local que o adolescente sumiu há cerca de uma semana. Esse era o comentário dos moradores próximos. O mau-cheiro começou a incomodar os vizinhos o que levou a localização do cadáver”, explicou. O infrator foi autuado pelo crime de ocultação de cadáver, mas vai responder também por homicídio.
Comentários