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Policia MT
Sábado - 17 de Março de 2012 às 07:31

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Policiais mortos em acidente, após a abordagem desastrosa a vendedor inocente: investigador vai responder por homicídio
Policiais mortos em acidente, após a abordagem desastrosa a vendedor inocente: investigador vai responder por homicídio
A Polícia Civil concluiu as investigações sobre a morte do vendedor Gilson Sílvio Alves, 34, e do desdobramento da ocorrência que resultou no ferimento do investigador de polícia Maxwel José Ferreira, 37, e na morte dos investigadores Edson Marques Leite, 47, e João Osni Guimarães, 62, em um acidente de automóvel, no dia 23 de maio de 2011, em Várzea Grande.

O investigador Maxwell José Ferreira foi indiciado por homicídio, uma vez que teria participado da ação desde a abordagem que culminou na morte de Gilson Sílvio Alves. Porém, nas investigações não há indícios de que Maxwell e Edson Leite tivessem matado Gilson por vingança quando o abordaram na lanchonete do Posto 2006, na Rodovia dos Imigrantes.

Conforme o inquérito policial, os policiais objetivavam apenas a prisão dele, ainda que equivocada, pois o teriam confundido com um ladrão de carretas foragido da Justiça, de nome “João Carlos de Oliveira”, conhecido por “Carlinhos”, que era investigado há mais de uma semana e tinha inclusive um mandado de prisão decretado contra ele.

Em nove meses de investigações, a Polícia Civil ouviu 23 pessoas, fez laudos técnicos periciais e quebrou sigilos telefônicos. Uma linha de investigação surgida no local de crime era de que o investigador João Osni, auxiliado por Edson Leite, teria executado Gilson por um ato de vingança, em razão de Gilson ter agredido um menor, supostamente parente de João Osni. Essa hipótese foi descartada.

Conforme o relatório, Edson Leite e Maxwell, seguiram para o local, mas antes passaram em uma locadora de veículo de um amigo de Edson, deixaram a viatura policial descaracterizada e seguiram em um Fiorino branco, em direção ao bairro Capão Grande.

Quando passavam em frente à suposta residência de “Carlinhos”, observaram que havia alguns veículos na garagem. Um deles era o Gol preto, que foi seguido. Em depoimento, a esposa de Gilson, Joziane Carlos dos Santos, menciona que teriam ido até a casa de um compadre, não sabendo precisar o bairro.

Após seguir o Gol preto e perdê-lo de vista por um trecho, os investigadores viram o carro estacionado no pátio do Posto 2006, em Várzea Grande. Os policiais civis Edson Leite e Maxwell iriam abordar Gilson Silvio Alves, que estava sentado à mesa na varanda da lanchonete, acreditando que se tratava de “Carlinhos”, quando Edson Leite viu João Osni chegando ao posto para abastecer e resolveu pedir seu auxílio na abordagem. Testemunhas confirmaram que João Osni foi pelos fundos do estabelecimento e Maxwell pela frente, seguido de Edson Leite.

O investigador Maxwell afirmou em depoimentos que não estava com a arma em punho quando se aproximou de Gilson e que a vítima correu para o matagal à sua direita, possivelmente acreditando se tratar de uma represália ao fato de ter lesionado um menor suspeito do assalto ocorrido em sua casa furtada dias antes.

Mesmo com depoimentos divergentes acerca da abordagem, o fato se consumou no matagal, e não houve muitos disparos.

Conforme conclusão do laudo de local de crime, ele foi atingido no mesmo local encontrado pelos peritos, ou seja, ao solo, naquela posição, justificado pelo escorrimento do sangue oriundo dos orifícios de entrada dos projéteis, confirmando relato do investigador Maxwell, de que “eles estavam ao solo quando Edson Leite efetuou os disparos”. Dos três projeteis retirados do corpo da vítima, dois deles saíram da arma de Edson Leite e um da pistola de Maxwell.





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