Os novos ossos foram descobertos "a cerca de 20 metros" do local em que estavam enterrados os do professor Julio Castro, disse uma fonte da presidência uruguaia enviada ao quartel.
Castro, que também era jornalista, desapareceu em 1977 aos 68 anos de idade e aparentemente foi torturado brutalmente até sua morte pelos militares.
Um mês depois da descoberta de seus restos, o Chefe do Estado-Maior, José Bonilla, pediu que se esclareça quem são os militares responsáveis pelo assassinato.
Foi a primeira vez que um militar uruguaio da ativa pediu a investigação de crimes cometidos por seus pares durante a ditadura.
Sobre a nova ossada, o secretário da Presidência, Alberto Breccia, assinalou através de um breve comunicado postado no site do governo que "aparentemente se trata de um esqueleto inteiro, embora por enquanto não seja possível dar mais detalhes como sexo ou idade".
A presidência decidiu impedir por enquanto o acesso ao local e na sexta-feira deve dar mais detalhes e abrir as portas do batalhão à imprensa.
A busca de restos de desaparecidos neste quartel faz parte da investigação aberta para apurar o desaparecimento de María Claudia García de Gelman.
Por esse caso, o governo uruguaio deve realizar na próxima quarta-feira um ato público para reconhecer a responsabilidade no crime e cumprir assim a sentença ditada contra o país no ano passado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.
O tribunal condenou o Uruguai pelo desaparecimento em 1976 de María Claudia, nora do poeta argentino Juan Gelman, e pela supressão de identidade da filha desta, Macarena Gelman, que foi tirada de sua mãe ao nascer.
Comentários