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Quinta - 15 de Março de 2012 às 10:03
Por: KAMILA ARRUDA

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O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada para investigar uma suposta fraude na reforma do telhado da Câmara de Cuiabá, vereador Edivá Alves (PSD), afirma que o relatório da perícia técnica realizada pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) comprova um superfaturamento no valor de R$ 1,1 milhão. Contudo, segundo o parlamentar, o montante não é somente por conta das obras realizadas em 2009 durante a gestão do vereador Deucimar Silva (PP). “O relatório consta R$ 1,1 milhão em superfaturamento, mas não é só do telhado, é de toda a Casa”, pondera.

O social-democrata acrescenta que o relatório qualitativo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias do Estado (Ibape), também apresenta irregularidades no prédio do Legislativo. De acordo com ele, o estudo aponta que a reforma feita não foi bem executada. “Mesmo o que está feito, está feito com má qualidade”, afirma.

Edivá ressalta que os engenheiros responsáveis pela vistoria devem apresentar todo o relatório e explicar detalhadamente os pontos verificados durante uma entrevista coletiva, que será realizada amanhã (16). O intuito é não deixar dúvidas quanto aos trabalhos realizados na Casa.

A partir de agora, a CPI, que além de Edivá tem como membros os vereadores Misael Galvão (PR) e Arnaldo Penha (PMDB), deve convocar todos os envolvidos no caso para fazer as oitivas. É com elas que será constatado quem é que ficou com a verba superfaturada. Caso seja provado o envolvimento de Deucimar, Edivá afirma que defende a cassação. Devem ser convocados o engenheiro responsável e o proprietário da empresa Alos Construtora Ltda., além do vereador Deucimar.

No entanto, antes de dar andamento nos trâmites, a Comissão aguarda a aprovação em plenário do pedido de prorrogação de 30 dias do prazo de conclusão dos trabalhos.

O progressista, por sua vez, ainda tenta arquivar os trabalhos da Comissão. Sua defesa protocolou o pedido no dia 7, alegando falhas na condução da CPI. Segundo o advogado do parlamentar, Ronan de Oliveira, os membros da Comissão extrapolaram o prazo de 60 dias para apresentação do relatório final das investigações, como determina a Resolução 155, de 8 de dezembro de 2011.

Outra CPI - Segundo Deucimar, o superfaturamento já tinha sido constatado pelo Tribunal de Contas do Estado, então a perícia realizada na Câmara não apresentou nenhum fato novo. O progressista afirma que ele é o mais interessado na apuração dessa reforma, contudo diz que não vai mais continuar cooptando com os trabalhos, que, de acordo com ele, já estão sendo realizados de forma irregular. “Não vou continuar assinando por uma assessoria que é incompetente e não conseguiu fazer nada certo”, enfatiza.

Além disso, ele faz questão de citar, mais uma vez, que todos os procedimentos de contratação e escolha de material e mão-de-obra foram realizados pela prefeitura e não pelo Legislativo. “Não fui eu que fez, foi a prefeitura. Tenho os contratos e todos os documentos que provam que a única coisa que fizemos na Câmara foi o pagamento”, diz.

A respeito da declaração de Edivá sobre cassação, Deucimar ‘manda’ o social-democrata “ficar quieto e parar de falar besteira porque senão também irá pedir a abertura de uma CPI para investigar as obras na rotatória do Parque Mãe Bonifácia”, realizada no período em que Edivá era secretário de Transportes Urbanos.

“Ele tem que ficar quietinho. Senão, quem vai pedir a instauração de uma CPI sou eu para investigar os valores gastos e os pagamentos feitos naquela obra que ele fez na rotatória do Mãe Bonifácia”, afirma.




Fonte: Do DC

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