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Quarta - 14 de Março de 2012 às 19:29

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Apesar de serem inicialmente do tamanho de um rato, pequenos mamíferos primitivos foram muito além dos dinossauros em termos de sobrevivência.

Os multituberculados, como são chamados, surgiram nos últimos 20 milhões de anos do reinado dos dinossauros, prosperaram e se tornaram extintos muito depois dos dinossauros (66 milhões de anos).

A explicação para a vida longeva está nos dentes. Um estudo de um paleontólogo da Universidade de Washington indica que protuberâncias se desenvolveram na arcada posterior, permitindo que se alimentassem de angiosperma, plantas com flores que então se tornaram um fato comum na paisagem.

"Esses mamíferos eram capazes de proliferar em termos de número de espécies, tamanho do corpo e formato de seus dentes, características que influenciaram o que comiam", explicou o professor assistente de biologia da universidade, Gregory P. Wilson, e principal autor da pesquisa publicada nesta quarta-feira, na edição on-line da revista científica "Nature".

Com as angiospermas, que começaram a aparecer há aproximadamente 140 milhões de anos, os pequenos mamíferos tiveram aumento corporal e ficaram do tamanho de um castor.

Mesmo após a extinção dos dinossauros, os multituberculados continuaram a se destacar. Esse era o cenário até que outros mamíferos --em grande parte primatas, ungulados (animais com casco) e roedores-- ganharam vantagem competitiva.

Isto acabou levando, enfim, ao desaparecimento dos multitubeculados, cerca de 34 milhões de anos atrás.

Os cientistas examinaram os dentes de 41 espécies de multituberculados preservados em fósseis coletados ao redor do mundo a fim de determinar para que direção as manchas presentes nas superfícies dentárias apontavam.

Eles usaram tecnologia a laser e tomografia computadorizada para criar imagens em 3-D dos dentes em alta resolução, menos de 30 microns (menor que um terço do diâmetro de um fio de cabelo humano).

Usando um sistema de informação geográfica, eles analisaram o formato do dente como um geógrafo examinaria uma serra se mapeasse a topografia, contou Wilson.

Carnívoros têm dentes relativamente simples, com talvez 110 manchas por arcada, pois seu alimento se despedaça facilmente, explicou Wilson.

Mas animais que dependem mais de vegetais para a sobrevivência têm uma dentição um pouco mais afetada porque sua comida é dilacerada com os dentes.

Em alguns multituberculados, dentes em formato de lâmina situados na parte da frente da boca se tornaram menos proeminentes com o tempo e os dentes de trás se tornaram mais complexos, com 348 manchas por arcada, um indício de mastigação de alimento vegetal.

Os pesquisadores concluíram que algumas angiospermas aparentemente foram pouco afetadas pela extinção dos dinossauros, já que os multituberculados, que as comiam, continuaram a progredir.

Quando as plantas se espalharam, a população de insetos polinizadores cresceu e as espécies que se alimentavam de insetos também foram beneficiadas, explicou Wilson.






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