Hércules Agostinho é condenado a mais de 45 anos

O ex-policial militar Hércules Agostinho Araújo, 42, foi condenado a mais 45 anos e 2 meses de prisão pelas mortes de Rivelino Jacques Brunini, Fauze Rachid Jaudy e pela tentativa de homicídio de Gisleno Fernandes. Juntas, as penas do ex-pistoleiro somam 201 anos e 8 meses.

São acusados pelos mesmos crimes o ex-policial militar Célio Alves, o uruguaio Júlio Bachs e o ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, que ainda devem enfrentar júri popular pelo mesmo caso. Hércules foi condenado por 2 homicídios duplamente qualificados, tentativa de homicídio duplamente qualificada e formação de quadrilha. Inicialmente ele cumprirá pena em regime fechado.

Atualmente, está detido na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. O julgamento durou cerca de 11 horas. Denúncia do Ministério Público aponta que Rivelino era sócio da empresa Mundial Games, concessionária de máquinas caça-níqueis da organização criminosa chefiada por João Arcanjo Ribeiro, que explorava com exclusividade o ramo de jogos eletrônicos em Mato Grosso. Apesar disso, Brunini associou-se a um grupo do Rio de Janeiro, que pretendia acabar com o monopólio de João Arcanjo no Estado. Situação que teria motivado a encomenda da morte de Brunini.

Fauze e Gisleno foram atingidos apenas por estarem na companhia da vítima principal. Com início marcado para às 9h, o julgamento começou na hora combinada. Após escolha dos 7 jurados e leitura da acusação, a sessão passou por uma pausa de cerca 30 minutos. O filho mais velho de Rivelino, Raphael Alves Brunini, 21, esteve presente no Tribunal do Júri.

O julgamento de Hércules foi presidido pela juíza da 1ª Vara Criminal, Mônica Catarina Perri, para quem o acusado confessou ter assassinado Rivelino e atirado em Gisleno somente para impedir uma possível reação no momento da fuga. Porém, negou ter disparado contra Fauze, que estaria distante cerca de 2 metros do alvo principal. Os crimes ocorreram em 6 de junho de 2002 na avenida Historiador Rubens de Mendonça, às 15h.