Entidades cobram adiamento mas Sema faz audiência da Usina Hidrelétrica Sinop
"Tivemos uma reunião, esta tarde, com o secretário e foi colocado que o complemento do Rima tem um prazo para ser apresentado para a sociedade. Este prazo é de 45 dias antes e eles querem apresentar durante a audiência. Há impossibilidade de até ler o que está sendo apresentado. É uma apresentação no meu entender muito ruim, com um som péssimo e a qualidade das imagens não dá para ler nada e se ver nada. E nós fomos lá justamente para com que faça com a Sema cumpra a determinação da lei. Nós queremos apenas que cumpra a lei para que a sociedade esteja avaliando esse cumprimento da Rima", cobrou, em entrevista ao Só Notícias, o presidente da ACES, Mauro Muller. "A apresentação está errada porque deveria estar no site da EPE e da Sema 45 dias antes dessa audiência e isso aí, juridicamente, não cumpriram. Então, fomos lá pedir o que nós sabemos que vai ser um complexo muito grande que vai ser construído e a pressa deles deixa a gente meio desnorteado. É uma pressa que não entendo a razão que eles mostram em foto que vai ter possibilidade de fazer um monte de coisa, mas na realidade depois que ocorrer esse complexo quem vai sofrer é quem vai estar aqui. Então nós queremos que se coloque em papel em proposta para que o empreendedor que ganhar esse leia e faça de acordo com a sociedade organizada", atacou.
Há várias pontos que ainda não estão claros, como questões técnicas e ambientais do empreendimento, além dos valores que os municípios receberão de compensação. O secretário Estadual de meio Ambiente, Vicente Falcão, disse que os municípios de Sinop, Claudia, Itaúba -que serão atingidos com a construção- receberão as compensações necessárias para a infraestrutura. Porém, valores não foram mencionados.
Cerca de 339 imóveis rurais e respectivas área de preservação permanente serão atingidos total ou parcialmente com a formação do reservatório, totalizando 408 famílias residentes e cerca de 1.066 pessoas. A maior parcela de pessoas afetadas é residente no assentamento do INCRA, onde 188 lotes serão afetados no todo ou em parte.
Conforme Só Notícias já informou, a usina terá capacidade de gerar 400 megawatts de energia elétrica. A barragem ficará entre os municípios de Itaúba e Cláudia e ocupará cerca de 33 mil hectares é a única que trabalhará com reservatório. Além de Sinop, Itaúba e Cláudia também serão afetados com a implantação da hidrelétrica, os municípios de Ipiranga do Norte e Sorriso.
A construção da usina é estimada em até 4,5 anos, e de acordo com estudos da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), gerará cerca de 3 mil empregos. A barragem terá comprimento de 470 metros e altura de 52 m, com margem direita de cerca de 140 m e altura máxima de 22 m, e o lado esquerdo terá de cerca de 176 m, e altura de 30 m. O nível máximo de água será de 302 metros, com vazão de 6.702 m³/s.
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