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Nacional
Sábado - 10 de Março de 2012 às 19:59

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O governo brasileiro pediu que o México limite o valor das suas exportações de automóveis para o Brasil para cerca de US$ 1,4 bilhão para os próximos três anos como parte de um conjunto de demandas para renegociar o acordo do comércio automotivo entre os dois países.

Em janeiro e fevereiro, o Brasil importou 38,6 mil veículos do México, número 250% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Desde o começo do ano, os governos brasileiro e mexicano negociam a revisão do acordo automotivo. Em valores, a alta é de 227%.

O governo brasileiro também disse que a cota foi o valor médio anual das exportações de automóveis do México para o Brasil nos últimos três anos, de acordo com uma carta datada de 8 de março à chanceler mexicana Patricia Espinosa e ao ministro da Economia Bruno Ferrari, à qual a Reuters teve acesso.

Em 2011, a balança comercial bilateral de veículos foi negativa para o Brasil em quase US$ 2 bilhões. O documento afirma que os dois lados haviam chegado a um entendimento para definir os termos da revisão do acordo. O governo mexicano não estava disponível para comentar o assunto.

PEÇAS NACIONAIS

Representantes dos dois países se reuniram em Brasília no fim de fevereiro para discutir formas de equilibrar a balança comercial. O secretário executivo do Mdic, Alessandro Teixeira, disse no começo de março que o Brasil quer que o México eleve o percentual de peças nacionais dos seus veículos.

"Os mexicanos vieram porque queremos discutir agregação de conteúdo local", afirmou. Hoje, o índice para que um carro seja considerado mexicano é de somente 30%. No Brasil esse índice é de 65%.

O estabelecimento de um índice de nacionalização comum aos dois países é considerado crucial pelo governo brasileiro, já que desde dezembro o Brasil cobra 30 pontos percentuais a mais de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de carros que não sejam fabricados no país, no Mercosul ou no México.

O raciocínio é: de que adianta barrar a entrada de importados, com o objetivo de estimular investimentos das montadoras na produção em território brasileiro, se os mexicanos, que não estão sujeitos à alta do imposto, exigem um percentual muito menor do que o Brasil?

"Seria fácil as montadoras mandarem para cá, sem bancarem o IPI maior, veículos em tese produzidos no México, mas com alto percentual de peças produzidas, por exemplo, na China", observou à Folha uma fonte brasileira próxima às negociações entre os dois países, que preferiu não se identificar.

MAIS RÍGIDO

A dificuldade de se estabelecer um índice comum é o fato de o México usar um cálculo distinto do brasileiro para se chegar ao percentual. Além disso, o Brasil planeja tornar mais rígida sua própria forma de calcular o índice. Hoje, a conta é feita em cima da formação do preço do carro, que abrange itens tão diferentes quanto gastos com marketing, produção e até o lucro da montadora.

O governo quer que o índice passe a ser calculado, a partir de 2013, exclusivamente em cima da produção industrial, o que exigiria investimentos mais pesados por parte das montadoras.




Fonte: Do DC

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