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Sábado - 10 de Março de 2012 às 10:28
Por: ALECY ALVES

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Presídio Feminino, em Cuiabá: Luciene Dias da Costa aguardará presa o julgamento popular
Presídio Feminino, em Cuiabá: Luciene Dias da Costa aguardará presa o julgamento popular
A justiça decidiu, em um processo envolto de contradições e reviravoltas, inclusive com mudanças de depoimento, que a deficiente visual Luciene Dias da Costa, 23 anos, apontada como mandante do assassinato do marido, Arley de Amorim Arguilera, será levada a julgamento popular.

A decisão, assinada pelo juiz Newton Franco de Godoy, da 1ª Vara Criminal daquela comarca, está publicada na página 175 da edição de ontem do Diário da Justiça, mas o júri ainda não tem data agendada.

A mesma publicação traz o indeferimento do pedido para que a acusada aguarde o trâmite da ação em liberdade, além de determinar que a direção do Presídio Feminino Ana Maria do Couto, em Cuiabá, encaminhe um relatório sobre a situação clínica da acusada no prazo máximo de cinco dias, incluindo laudos periciais e psicológicos.

O juiz Newton Godoy também determina que seja apurada, por meio da Corregedoria da Policial Civil, a suposta agressão (violação da integridade) denunciada em depoimento por Rafael da Silva, 24, que está preso pela autoria do assassinato.

Luciene, que perdeu a visão esquerda e enxerga apenas 2% na direita, foi apontada por Rafael da Silva como a mandante do assassinato. O crime aconteceu em dezembro de 2010, no bairro Mangabeiras, em Várzea Grande. Luciene é portadora de ceratocone, uma doença não-inflamatória degenerativa.

Rafael, preso poucas horas depois do crime, já deu pelo menos três versões ao crime. Apurado primeiramente como latrocínio (roubo seguido de morte), quatro meses depois Rafael mudou sua versão, só aí indicando Luciene como a mandante.

Na ocasião ele contou que um colega identificado por “Márcio”, que sequer checou a ser identificado, o procurou para matar uma pessoa e que a ordem teria vindo da esposa dele. Disse ainda que momentos antes do crime Márcio teria recebido um telefonema de Luciene.

Entretanto, a quebra de sigilo telefônico da viúva, que poderia comprovar a troca de telefonemas, jamais chegou aos autos.

Em outra versão, Rafael e “Márcio” haviam invadido a casa do casal e atirado em Arley porque ele se recusava a entregar as chaves da moto, que estava para na porta da moradia. Inicialmente, Rafael respondia por crime de latrocínio.

Já no processo de homicídio, que deve terminar em júri popular, Luciene é acusada de mandar matar o marido para ficar com a casa, com uma indenização trabalhista e um seguro de vida dele.

O advogado de Luciene, Vilson Nery, diz que impetrou novo recurso pedindo a anulação do processo.

Além de acreditar na inocência da cliente e não ver provas consistentes na ação, ele informa que descobriu que o advogado que se apresentava nas audiências como assistente da acusação, contratado pela família de Arley, não tem registro na OAB.

E, ainda, que a casa onde o casal vivia, que seria uma das razões para Luciene mandar matar o marido, ficou com a família dele, que a entregou ao suposto advogado em pagamento da defesa.

A reportagem esteve no local e constatou que o imóvel foi colocado a venda por um homem que se identifica pelo nome que seria o mesmo do assistente de acusação.




Fonte: Do DC

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