Ministro diz não ver necessidade em alterar cálculo da poupança

O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta sexta-feira que não vê necessidade de alterar o rendimento da poupança.

"Não há necessidade, neste momento, de mexer nas regras da poupança, porque a remuneração da Selic [taxa básica de juros paga pelo governo] ainda é bem superior à da poupança", disse.

Mantega participou de encontro com empresários e economistas do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria).

Reportagem da Folha mostrou hoje que a presidente Dilma Rousseff vai reunir sua equipe econômica para avaliar se vale a pena enfrentar o desgaste eleitoral de mudar já o cálculo da caderneta de poupança ou se é possível esperar mais.

Segundo assessores, Dilma quer ouvir de Mantega e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, uma avaliação técnica sobre o melhor momento para enviar a polêmica proposta ao Congresso.

ENTENDA

Com as recentes quedas da Selic, o governo Dilma revive uma polêmica experimentada pelo seu antecessor. O governo Lula decidiu propor mudanças na poupança quando os juros atingiram 8,75% ao ano, gerando o risco da migração de aplicações em fundos e títulos públicos para a caderneta --que não paga Imposto de Renda e ficou mais atraente.

Em 2011, o rendimento da caderneta ficou em torno de 7%, o que significa que esse era o piso informal para os juros. Se a taxa Selic estivesse próxima desse patamar, o governo teria dificuldades para financiar sua dívida pública.

Como o dinheiro nas cadernetas é a principal fonte de recursos para empréstimos habitacionais, uma grande migração traria problema