Nos últimos dias, parlamentares da base aliada se manifestaram contra o governo
Gilberto Carvalho admite momento ruim com Congresso, mas pede calma

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, admitiu nesta quinta-feira (8) que o governo vive um momento tenso com o Congresso e disse que é necessário tentar recompor o diálogo com os parlamentares, muitos deles da base aliada do governo.

- A relação com a base, a relação com o Parlamento, requer que não se tenha cabeça quente, que não se tenham relações imediatas, que se analise cada um dos processos. Considero que nossa relação com os partidos é bem madura e não há motivos para sair rasgando as roupas de preocupação. Vamos conversar e recompor essa relação.

Nesta quarta (7), a situação se agravou após o Senado ter rejeitado a recondução de Bernardo Figueiredo à diretoria-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

Após uma longa discussão, em que diversos senadores acusaram Figueiredo de estar sob suspeição por causa de irregularidades apontadas na agência pelo TCU (Tribunal de Contas da União), a votação terminou com 36 votos contra a recondução, 31 a favor e uma abstenção.

O ministro Gilberto Carvalho fez as declarações logo após cerimônia de abertura de seminário sobre a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que prevê a consulta a povos tradicionais, como indígenas e quilombolas, antes de o governo tomar medidas que possam atingi-los.

Nesta semana, parte do PMDB divulgou um manifesto para cobrar mais espaço no governo e protestar contra a postura do PT para as eleições municipais deste ano. Para os 53 “rebeldes” que assinaram o documento, o PT quer tirar o “protagonismo municipalista” da sigla.

O manifesto foi entregue ao vice-presidente Michel Temer, que estava exercendo o governo durante a viagem da presidente Dilma Rousseff à Alemanha.