Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 05 de Março de 2012 às 16:28

    Imprimir


A justiça islandesa começou nessa segunda-feira em Reykjavik o julgamento do ex-primeiro-ministro da Islândia Geir Haarde para determinar sua responsabilidade no colapso do setor bancário em 2008.

Haarde é acusado de negligência por ignorar os avisos que recebeu sobre um iminente colapso de bancos, crime pelo qual pode ser condenado a uma pena de até dois anos de prisão.

"Rejeito todas as acusações e acredito que não têm fundamento", disse Haarde no início do processo na Landsdomur, única corte habilitada a julgar ministros ou ex-ministros, e que nunca havia sido convocada até então.

  Kristinn Ingvarsson/Associated Press  
Ex-primeiro-ministro da Islândia Geir Haarde chega ao julgamento acompanhado de sua esposa, Jona Thordardottir
Ex-primeiro-ministro da Islândia Geir Haarde chega ao julgamento acompanhado de sua esposa, Jona Thordardottir

O ex-primeiro-ministro também alegou diante do tribunal que "é a primeira vez" que tem a possibilidade de responder às acusações neste caso.

Ele reclamou que até agora não tinham sido autorizados a responder às questões diretamente relacionadas com a acusação, embora ele tivesse dito há meses que o governo não tinha como saber, então, que os bancos islandeses estavam descapitalizados.

"Nenhum de nós sentiu que havia algo errado com o sistema bancário, como demonstrado mais tarde", disse Haarde.

Na sua opinião, nem havia qualquer sinal "claro" que poderia haver uma quebra iminente do setor bancário islandês, o que obrigou o Estado a nacionalizar os institutos de crédito três principais bancos e obrigou o país a receber assistência do FMI.

HISTÓRICO

Haarde, era o chefe do conservador Partido da Independência, no poder desde meados de 2006, no momento da implosão da crise do seter bancário de 2008 que levou à quebra do hipertrofiado setor bancário islandês. No momento de sua implosão, os três principais bancos do país possuíam no total ativos equivalentes a 923% do PIB.

A implosão dos bancos afundou a Islândia em uma profunda recessão que exigiu a intervenção do FMI, com um empréstimo de US$ 2,1 bilhões. A coroa islandesa foi desvalorizada, embora agora o país tenha recuperado o crescimento e seu PIB deve crescer neste ano 3,1%, segundo a agência nacional de estatísticas.

Em setembro de 2010, o Parlamento considerou que Haarde era o único que deveria ser julgado pela crise.

Em uma entrevista concedida no ano passado à AFP, Haarde classificou este processo de "farsa política encenada por velhos inimigos políticos".

O processo, que terminará por volta de 15 de março, é realizado na Casa da Cultura islandesa em Reykjavik, escolhida por seu tamanho e considerada como terreno neutro.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/57526/visualizar/