SP: 80% das faixas criadas para bikes são só para lazer
Quando assumiu o cargo de prefeito de São Paulo em 2009, Gilberto Kassab (PSD) prometeu construir 100 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas. Até agora, 76 km foram inaugurados, mas apenas 20% deles dizem respeito à infraestrutura específica para ciclistas. Entre os outros 80% estão os 45 km de ciclofaixas de lazer, contados em dobro por terem dois sentidos. Elas funcionam apenas nos fins de semana e não são voltadas a transporte. Além disso, há 15 km de ciclorrotas no Brooklin - vias locais, com sinalização alertando para tráfego de bicicletas.
Isso significa que, ao mesmo tempo em que novos ciclistas estão sendo estimulados a pedalar pela cidade, praticamente não há ciclovias ou ciclofaixas nas principais avenidas de São Paulo. As raras exceções são a Radial Leste (12 km) e a Marginal do Pinheiros (18,8 km).
Quem se desloca de bicicleta fora desses eixos tem duas opções. A primeira é escolher ruas de tráfego local, onde há menos carros, ônibus e caminhões. Quando esse caminho alternativo não é possível, o ciclista acaba tendo de cair em vias com várias pistas e tráfego intenso, como a Avenida Paulista, o que aumenta os riscos de acidentes.
Atualmente, São Paulo tem 55,3 km de ciclovias e ciclofaixas permanentes. Esse número representa apenas 10,5% dos 522 km que foram planejados nos últimos anos - quantidade similar ao que já existe hoje em cidades como Londres, Paris e Amsterdã. Segundo a Prefeitura, outros 55 km de novas ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas estão sendo projetados.
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