Empresas planejam "marketing de emboscada na Olimpíada
Muitas empresas vão tentar pegar carona na Olimpíada deste ano, apesar das regras mais rigorosas do que nunca contra a publicidade gratuita, em detrimento de anunciantes que pagaram milhões de dólares para serem patrocinadores oficiais, segundo uma pesquisa divulgada na quinta-feira.
O custo do patrocínio disparou nos últimos 20 anos, dando espaço ao chamado "marketing de emboscada", feito por empresas que tentam se associar a um evento sem pagar os direitos.
A pesquisa da Escola de Administração da Universidade de Coventry disse que os patrocinadores oficiais, organizadores e torcedores da Olimpíada de Londres certamente serão alvo dessa prática.
Os organizadores terão uma "polícia" para coibir as emboscadas publicitárias, e definirão zonas exclusivas para o patrocínio no entorno dos locais olímpicos. A distribuição de brindes e a publicidade aérea também são regulamentadas.
Especialistas alertam que até pequenas empresas podem, inadvertidamente, violar as regras, sujeitando-se a multas de até 20 mil libras (31,9 mil dólares). Os próprios torcedores podem sofrer o confisco de produtos nos estádios e ginásios, caso os fiscais entendam que eles entram em conflito com as marcas dos patrocinadores.
Num caso que ficou famoso, na Copa da Alemanha, em 2006, uma cervejaria distribuiu macacões laranjas "ilegais", obrigando os torcedores que os vestiam a verem um jogo de cuecas.
Nick Burton, pesquisador do relatório, disse em nota na quinta-feira que o Locog (comitê organizador local) da Olimpíada vai adotar uma "abordagem de tolerância zero contra as emboscadas".
O relatório estima que o gasto global com patrocínios tenha saltado de cerca de 2 bilhões de dólares em 1984 para 43,5 bilhões em 2008. Nos últimos quatro anos, cerca de 600 casos de "emboscadas publicitárias" foram registrados, acrescenta o estudo.
O Locog atraiu 700 milhões de libras em patrocínios na Grã-Bretanha, cerca de um terço do seu orçamento total, por somas individuais que variam de 10 a 40 milhões de libras. Os patrocínios do Comitê Olímpico Organizador são ainda mais caros.
Por esses milhões, as grandes empresas podem usar o logotipo olímpico em seus produtos e anúncios, e vincular suas marcas ao movimento olímpico.
Especialistas dizem que a lei britânica de 2006 que regulamentou o assunto para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos é a mais completa já feita sobre o assunto.
O Locog disse que houve centenas de infrações nos últimos sete anos, principalmente por parte de pequenas empresas.
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