O período de entressafra influenciou o desempenho das exportações de milho realizadas por Mato Grosso em janeiro. Com a falta de milho disponível no mercado interno os embarques baixaram em um volume considerável e somaram no primeiro mês do ano em 499,2 mil toneladas.
O volume representa um recuo de 35,2% na comparação com o mesmo período de 2010, quando o estado embarcou para diferentes destinos internacionais 771.2 mil toneladas. Consequentemente, baixou também a movimentação financeira. Recuou de US$ 178,7 milhões a outros US$ 131,1 milhões.
Principal produtor nacional de milho do país, Mato Grosso exportou principalmente em janeiro deste ano para destinos como a Colômbia, que importou 90.937 mil toneladas do produto, Irã, 65.426 mil toneladas e Marrocos, cujas aquisições somaram 61.282 mil toneladas, conforme os dados da Secretaria de Comércio Exterior compilados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Em janeiro, os portos da região norte foram a principal escolha na hora de embarcar o milho com foco no mercado externo. Dos mais de 499 mil toneladas exportadas, um total de 263,9 mil toneladas saíram via Itaquatiara (AM), algo considerado "inédito".
Com o desempenho, a unidade portuária ultrapassou Santos e superou o porto do estado de São Paulo, atualmente principal rota para escoamento da produção mato-grossense. Este último foi responsável pelo embarque de 169 mil toneladas de milho, ou seja, 34% das exportações estaduais do cereal.
Já Paranaguá embarcou 15.631 mil toneladas do produto. Roger Augusto Rodrigues, coordenador da Comissão de Crédito, Comercialização e Renda da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, desta que a maior utilização do Porto de Itaquatiara pode ser considerada uma tendência natural.
Em algumas regiões do estado, como a oeste - onde a produção de safrinha supera um milhão de toneladas - o escoamento ocorre pela chamada "calha norte". O aumento do nível do rio Madeira, por onde passam as embarcações que seguem com destino a Itaquatiara também ajuda a fomentar o transporte de grãos até o estado vizinho.
"A tendência é natural para a exportação ser feita pela calha norte. Parte já existe. Na região oeste do estado, por exemplo, as empresas que fazem a exportação a fazem via Itaquatiara. Tendo essa opção é mais viável", acrescentou o representante.
Safra
Nesta safra, Mato Grosso deve produzir 40,2% a mais de safrinha na comparação com 2010/11. É o que projeta o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Caso as projeções se confirmem, o estado deve passar de 6,9 milhões de toneladas a 9,8 milhões de toneladas
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