Revoltados com um duplo assasinato e uma tentativa de homicídio ocorridos na noite de quarta-feira, moradores do bairro de Mangabeiras, em Feira de Santana, a 109 km de Salvador, atearam fogo em barracas de um acampamento pertencente a um grupo de ciganos, que são apontados como autores do crime. O grupo fugiu deixando para trás roupas, calçados, eletrodomésticos e móveis, que foram parcialmente destruídos pelo fogo.
O crime que motivou o atentado ocorreu no depósito e mercadinho São Carlos, na rua Tupinambá. De acordo com Rosana de Jesus, que sobreviveu a golpes de faca na cabeça e costas, dois ciganos chegaram ao mercadinho para comprar cerveja e um deles teria caído da bicicleta, assustando o cachorro do estabelecimento, que latiu. Revoltado, um dos homens teria tentado matar o animal a facadas e foi impedido pelos proprietários. "Pedimos a ele para não matar o cachorro e ele ficou xingando e partindo para cima da gente. O outro o segurou, depois pediu desculpas a meu marido e eles foram embora", contou Rosana, mulher de José Carlos Gomes dos Santos, 42 anos, dono do estabelecimento.
Cerca de 30 minutos depos, o casal foi surpreendido pelos homens armados com um revólver e uma faca. "Eles já chegaram atirando e gritando para meu marido "Tome agora o seu". Quando tentei virar, recebi a facada na cabeça. Saí correndo e meu marido mesmo baleado veio junto, mas eles o derrubaram e o cortaram todo de faca", disse Rosana, lembrando que os disparos foram feitos pelo homem que pediu desculpas ao marido.
O irmão de Rosana, André Avelino Oliveira Neto, 41 anos, estava na frente do mercadinho e ao ouvir os tiros tentou correr, mas foi alcançado e baleado. "Meu irmão morreu de graça, nem estava lá quando houve a discussão. Eles vieram para matar quem estivesse com a gente no momento."
Os dois homens morreram no local, enquanto Rosana foi socorrida para o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), onde passou por uma pequena cirurgia e foi liberada. Os corpos de José Carlos e André Avelino foram necropsiados e liberados para sepultamento.
Na madrugada de hoje, a Polícia Civil conseguiu deter em Santo Estevão quatro ciganos suspeito de participação no crime, mas eles não foram reconhecidos por Rosana nem pelas testemunhas, e por isso foram liberados. Os acusados estão foragidos e a polícia não tem pistas de seu paradeiro.
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