Farc anunciam fim de sequestros por dinheiro na Colômbia
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram neste domingo (26) que deixarão de sequestrar pessoas no país em troca de dinheiro para financiar a luta armada. A organização anunciou também a libertação de todos os reféns que estão em seu poder. As Farc começaram a atuar na década de 1960 e se tornaram expoentes da guerrilha esquerdista na América Latina.
O comunicado relativo ao fim dos sequestros com extorsão, assinado pelo Secretariado do Estado-Maior Central das Farc e publicado no site do grupo na internet, afirma que os dez prisioneiros mantidos atualmente pela organização serão soltos, quatro a mais que os seis prometidos no final do ano passado. De acordo com as Farc, a libertação só não ocorreu antes porque o governo colombiano não desmilitarizou a área onde a ação ocorreria.
Apesar de anunciar o fim desse tipo de sequestros, os guerrilheiros afirmam que as atitudes do governo colombiano, como o incremento de gastos militares, indicam “o prolongamento indefinido da guerra”. O atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, tem como uma de suas bandeiras o cerco às Farc e o fim da guerrilha armada no país. "É hora de começar a esclarecer quem e com que propósitos sequestra-se hoje na Colômbia", ressalta trecho do documento.
No comunicado, a organização também destaca a participação do governo brasileiro na libertação dos reféns, confirmada há duas semanas pelo governo colombiano e pelo Itamaraty. Esta não é a primeira vez que o Brasil colabora na libertação de reféns das Farc, o que já ocorreu em 2009 e 2010. No ano passado, a ajuda brasileira foi frustrada, já que os prisioneiros prometidos não foram libertados.
A organização também manifesta "sentimentos de admiração" aos familiares dos policiais e militares ainda retidos, que "jamais perderam a fé em que os seus recobrariam a liberdade". (W.S)
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