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Economia
Domingo - 26 de Fevereiro de 2012 às 22:05

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A nova presidente da Petrobras disse que a companhia precisa elevar os preços dos combustíveis para acompanhar os altos preços do petróleo, enquanto mantém a prática de controlar os valores na bomba, para proteger os consumidores da volatilidade.

 

 

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, a menos de duas semanas no cargo, Maria das Graças Foster enfatizou a importância de aumentar a capacidade doméstica de refino, para reduzir a exposição do Brasil às flutuações de preço do petróleo no mercado internacional.

 

O governo brasileiro tem mantido o preço da gasolina para consumidores estável nos últimos oito anos. A Petrobras se beneficia quando os preços do petróleo caem abaixo do nível de preço relativo que o governo determina, mas perde quando os preços globais do petróleo ficam acima dos níveis do mercado doméstico, gerando perdas para a companhia, que precisa importar combustível para atender a demanda local.

 

"Trazer toda essa volatilidade em tempo real para o consumidor é impraticável. É absurdo pensar que isso possa acontecer", disse Foster.

 

Mas ela afirmou que há uma necessidade de elevar o nível dos preços dos combustíveis aos consumidores, mesmo se eles ainda não acompanham os altos e baixos dos preços globais do petróleo.

 

"Agora, que tem de repassar preço, tem", disse ela. "Esse é o ponto, tem de repassar. A defasagem entre os preços internacionais e os preços nacionais abre-se, essa diferença fica bastante pronunciada e os efeitos são maiores para a Petrobras".

 

O consumo doméstico de combustíveis em rápido crescimento tem aumentado a dependência da companhia em importações de produtos refinados do petróleo, mesmo com o aumento de sua própria produção de petróleo. A produção nacional da Petrobras está agora em cerca de 2 milhões de barris por dia.

 

A Petrobras, quinta maior companhia de petróleo em valor de mercado do mundo, está no meio de um plano de expansão de 225 bilhões de dólares.

 

A companhia quer quase triplicar sua produção para mais de 6 milhões de barris de petróleo por dia até 2020, o que pode ajudar o Brasil a desafiar os Estados Unidos em seu papel de terceiro maior produtor de petróleo, atrás de Rússia e Arábia Saudita.

 

Na entrevista, Foster se descreveu como "extremamente ansiosa" e exigente, uma imagem que cultivou em sua carreira em mais de 30 anos de companhia.

 

Foster disse que não é papel da Petrobras controlar a inflação pelo preço que determina e dispensou a ideia de que a companhia está pressionada a operar de uma maneira que dê prioridade às metas macroeconômicas do governo ao invés das metas dos investidores.

 

"Essa vocação para corrigir a inflação, para segurar a inflação, não é uma vocação da Petrobras", disse Foster.

 

O petróleo tipo Brent chegou perto da máxima em 10 meses de 125 dólares o barril na sexta-feira, enquanto as sanções financeiras ao Irã forçam compradores do petróleo iraniano na Europa e Ásia a buscarem outros fornecedores.

 

Observando o aumento de sexta-feira, Foster disse que é importante ter uma visão mais ampla do nível médio dos preços do petróleo em qualquer ajuste que a companhia faça, apontando para uma média recente mais típica de 100 a 110 dólares o barril.

 

No centro das enormes ambições do Brasil com o petróleo estão as reservas do pré-sal, descobertas na costa sudeste, em 2007, que são estimadas em mais de 50 bilhões de barris, mas que ficam enterradas profundamente a vários quilômetros abaixo da superfície do oceano, sob uma espessa camada de sal, criando novos desafios técnicos.

 

(Por Peter Murphy)





Fonte: REUTERS

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