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Economia
Domingo - 26 de Fevereiro de 2012 às 14:44

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No comando da americana Society for Human Resource Management (SHRM), que tem 250 mil membros em 140 países e se apresenta como a maior associação do mundo dedicada aos profissionais de recursos humanos, Henry G. Jackson, ou simplesmente Hank Jackson, virá pela primeira vez ao Brasil em agosto. Ele vai participar do 38º Congresso Nacional de Gestão de Pessoas, o Conarh 2012. Jackson formou-se em contabilidade e iniciou sua carreira nessa área, trabalhando também como auditor na KPMG. Depois, ocupou diversos cargos na Universidade Howard, em Washington, onde foi vice-presidente sênior, diretor financeiro e tesoureiro. A universidade possui 11 escolas e faculdades, um hospital, uma estação de TV pública e uma estação de rádio comercial. Nesta entrevista, ele diz que gostaria de, no Brasil, discutir a adoção de padrões globais de RH durante o Conarh, que é promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).

 

O que o motivou a trocar sua carreira como contador e auditor pela área de recursos humanos?

No início da minha carreira, vi como é importante a gestão de pessoa e aprendi muito rápido que são as pessoas que fazem com que você - e a sua organização - sejam bem sucedidos.

É mais fácil lidar com pessoas do que com números?

Acho que a pergunta deveria ser: o que é mais importante para o sucesso de uma empresa, números ou pessoas? Na minha opinião, a resposta é a de sempre: pessoas. Todos podem ter acesso à mesma tecnologia, ou a financiamentos. Mas nem todos têm acesso às mesmas pessoas. Acredito realmente que são as pessoas a sua volta que o ajudam a ter sucesso.

Qual a diferença entre dirigir a associação e uma companhia?

Diria que há determinadas habilidades e maneiras de ver as coisas que fazem com que dirigir uma associação e dirigir uma companhia seja similar, e não diferente. Um bom exemplo é a gestão de talentos. Independentemente do tipo de organização que se comanda, ter as melhores pessoas é crucial para alcançar os objetivos da empresa.

Hoje, não basta contratar os funcionários mais capacitados e qualificados. É necessário haver um plano bem traçado e estratégico para acompanhar, dirigir e reter os funcionários mais valiosos. Como profissional financeiro, posso lhe dizer que a gestão de talentos tem, de fato, efeito nos resultados finais, em termos de receita, satisfação do cliente, qualidade, produtividade, custos e capitalização de mercado. E isso independe de se estar a serviço de uma associação ou de acionistas.

Como os trabalhadores devem se preparar para melhor enfrentar esta situação de incerteza na economia mundial?

Os profissionais de RH são líderes fundamentais para o gerenciamento bem sucedido e de longo prazo de uma força de trabalho - onde quer que ela esteja localizada. Existe um movimento global de talentos e as pessoas que trabalham com recursos humanos precisam de instrumentos e de treinamento para encontrar as pessoas certas para a empresa ficar em posição mais vantajosa. Minha intenção é que nossa associação forneça mais treinamento para todos os departamentos de RH de empresas em todo o mundo, como também cursos de treinamento individuais.

Além disso, à medida em que a SHRM amplia seu escopo global, sua empresa afiliada - o HR Certification Institute - adaptará as necessidades de certificação para refletirem, por exemplo, as tradições e a cultura de um país. Nossa associação também oferecerá treinamento e produtos customizados nos mercados globais em que o HR Certification Institute entrar.

Qual é sua expectativa ao participar do Conarh 2012?É ter a oportunidade de interagir com palestrantes ilustres de diversas formações e profissionais de RH para trocar informações e colaboração em termos de desafios e oportunidades que temos em comum. E eu teria muito prazer em conversar com um segmento mais amplo da área de RH sobre iniciativas da SRHM para repensar o gerenciamento de pessoal. Uma delas é estabelecer padrões globais de RH.

Que visão os americanos têm do estilo de gestão de pessoal das companhias brasileiras?

Um dos meus objetivos no Brasil é ter uma noção mais aprofundada de como os empregadores brasileiros gerenciam seu pessoal e se as suas práticas diferem das adotadas nos Estados Unidos. O Brasil está em uma posição econômica invejável. Ao mesmo tempo, há preocupação quanto à volta da inflação e, com a interligação da economia global, as empresas vêm sentindo o impacto da desaceleração econômica mundial. Estou interessado em saber como as práticas atuais de gestão de pessoal no Brasil se ajustam a este ambiente complexo de gestão dos recursos humanos.






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