Dólar cai 0,23% e fecha a R$ 1,707
Mesmo após duas compras à vista feitas pelo Banco Central, o dólar fechou em baixa ante o real. Na semana, a moeda perdeu 0,41%, e acumula queda de 2,30% em fevereiro. Agora em 2012, a baixa é de 8,67%.
Dados preliminares apontam que o dólar comercial fechou com baixa de 0,23%, negociado a R$ 1,707 na venda. Na quinta-feira, a moeda subiu 0,23%, a R$ 1,711.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar para março mostrava desvalorização de 0,52%, a R$ 1,7075, antes do ajuste final.
O Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, caía 0,40%, a 78,32 pontos. Enquanto o euro subia 0,71%, a US$ 1,346, maior preço desde o começo de dezembro.
Durante a manhã, a taxa de câmbio oscilou perto da estabilidade, mas engatou um movimento de queda conforme o dólar ampliava as perdas no mercado internacional, em meio a um ambiente de maior apetite por risco.
A desvalorização da moeda norte-americana, que na mínima chegou a R$ 1,7007 na venda, chamou o BC ao mercado. A autoridade monetária realizou dois leilões de compra de dólares no mercado à vista praticamente seguidos um do outro, que ajudaram a afastar a cotação do nível de R$ 1,70, considerado pelo BC como um "piso informal", segundo o mercado. As taxas de corte definidas foram R$ 1,7059 e R$ 1,7057.
"A linha da "guerra cambial" parece estar traçada no nível de R$ 1,70 no mercado à vista. Não vemos nenhuma clara operação de curto prazo nesses níveis, mas o mercado pode continuar testando o Banco Central e buscaremos uma chance de ficarmos comprados em dólar se isso acontecer", afirmou a equipe de estrategistas do Nomura Securities em email a clientes.
Na véspera, a autoridade monetária também havia feito uma intervenção dupla no mercado, comprando dólares nos mercados futuro e à vista. O BC voltou a atuar no mercado no início deste mês, lançando mão ainda de operações no segmento a termo.
Apesar da ofensiva da autoridade monetária, alguns especialistas entendem que o BC está apenas enxugando uma sobra de recursos no mercado. "Nada demais. Até porque se ele tivesse atuado forte, o dólar teria passado a subir", afirmou o operador de uma corretora paulista, que pediu anonimato.
Para o gerente de câmbio de um banco nacional, o BC tem comprado dólares para conter o aumento da volatilidade do mercado e considera a manutenção dessa estratégia enquanto os fluxos de recursos continuarem mirando o Brasil.
"Tem todo um cenário favorável a essas entradas no Brasil. O BC vai continuar comprando, embora eu ache que essas operações apenas limitem uma apreciação do real", afirmou, também pedindo anonimato.
Segundo ele, caso o dólar mantenha a atual trajetória de queda, crescem as chances de o governo adotar medidas no âmbito tributário, como o fez no ano passado com os derivativos cambiais.
O Brasil tem recebido fortes fluxos de dólares por causa das boas perspectivas econômicas. Só em fevereiro, até o dia 17, o fluxo cambial estava positivo em US$ 6,520 bilhões, segundo dados do próprio BC.
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