Manning é indiciado por vazar informações ao WikiLeaks
O suspeito de ser responsável pelo maior vazamento de informações confidenciais da história dos Estados Unidos, o soldado Bradley Manning, foi formalmente acusado nesta quinta-feira, antes de ser enviado para uma corte marcial, onde pode ser condenado à prisão perpétua.
Manning foi acusado por 22 crimes, sendo que o mais sério deles é o de "ajudar o inimigo" por ter supostamente ter enviado mais de 700 mil documentos secretos e imagens de vídeo das forças armadas para o site WikiLeaks, o que representa um dos piores revezes já enfrentados pela inteligência norte-americana. Por esse crime, ele pode ficar o resto da vida na cadeia.
Já a combinação das demais acusações podem render a ele uma pena máxima de 150 anos de prisão
Os advogados de defesa argumentam que Manning passava por problemas e não deveria ter tido acesso ao material secreto. O soldado, de 24 anos, está detido desde maio de 2010.
Numa audiência preliminar, realizada em dezembro, promotores militares apresentaram provas de que Manning fez o download e transferiu para o WikiLeaks, por meios eletrônicos, quase meio milhão de relatórios de campo das guerras do Iraque e Afeganistão, centenas de milhares de telegramas diplomáticos, e o vídeo de um violento ataque de helicóptero do Exército, de 2007, disponibilizado pelo WikiLeaks, que ganhou o apelido de "assassinato colateral".
Os advogados de Manning também argumentaram que outras pessoas tiveram acesso ao local onde estava o computador com o qual ele trabalhou no Iraque. Eles disseram que ele passava por complicações emocionais, em parte por ser um soldado gay enquanto as forças armadas norte-americanas ainda proibiam homossexuais de declararem abertamente sua orientação sexual.
A defesa também afirmou que o aparente desprezo de Manning em relação às regras de segurança durante seu treinamento e suas crescentes explosões de violência após chegar ao Iraque eram indícios de que deveriam ter impedido que ele tivesse acesso a informações confidenciais. Eles também afirmaram que o conteúdo do material publicado pelo WikiLeaks provocou pouco ou nenhum prejuízo à segurança nacional.
Na audiência de dezembro, realizada em Fort Meade, os promotores apresentaram trechos de conversas online do computador pessoal de Manning que supostamente documentam a colaboração entre ele e o fundador do WikiLeaks, Julian Assange. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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