Duas pessoas morreram de botulismo e pelo menos uma outra se recupera da doença após consumirem salsichão da marca Piquiri nos municípios paranaenses de Alto Piquiri e Iporã, informou na quarta-feira a Secretaria de Saúde do Estado. Todos os lotes do salsichão Piquiri em nylon foram interditados, e a secretaria alerta aos consumidores que possuem o produto em casa que não o consumam.
De acordo com a secretaria, há confirmação clínica e histórico de ingestão do produto em três de quatro casos suspeitos - dois pacientes morreram e dois se recuperam após receberem o soro antibotulínico. O primeiro apresentou sintomas em 14 de janeiro e chegou a receber tratamento, mas morreu, sem ter o botulismo diagnosticado, em 25 de janeiro, mesmo dia em que o segundo paciente demonstrou sintomas da doença e apresentou resposta terapêutica positiva após receber o soro antibotulínico, com estabilização do quadro e melhora até obter alta hospitalar na semana passada.
O terceiro paciente apresentou sintomas no dia 12 de fevereiro e foi internado no dia 15, tendo o quadro se agravado por outras patologias (anemia e problemas renais) e culminado no óbito em 20 de fevereiro. Já o quarto caso apresentou sintomas graves em 21 de fevereiro e se encontra internado em um hospital de Umuarama.
Desde a semana passada, equipes da vigilância sanitária estadual e dos municípios percorrem o comércio da região para a interdição do produto. Amostras do salsichão também foram colhidas para análise laboratorial. A empresa informou à secretaria que paralisou a produção e irá recolher o produto do mercado.
O botulismo é uma doença grave causada pela ingestão de toxina presente em alimentos embutidos, enlatados e em conserva produzidos em condições sanitárias precárias, o que permite a germinação do esporo da bactéria Clostridium botulinum. Os principais sintomas são visão turva, visão dupla, saliva grossa, insuficiência respiratória, dificuldade para falar e engolir, náusea, vômito, diarreia, dor abdominal, vertigem, tontura e paralisia, que podem ocorrer entre 12 horas e 10 dias após a ingestão do alimento contaminado. O tratamento ocorre em regime hospitalar com soro específico, sendo que 60% dos casos sem tratamento evoluem para a morte.
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