Juízes e desembargadores foram aposentados pelo CNJ após serem acusados de desvio de dinheiro
AGU pede que volta de magistrados ao TJMT seja revista
A Advocacia Geral da União (AGU) ingressou, na semana passada, com um pedido de reconsideração da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, que garantiu o retorno de magistrados mato-grossenses aposentados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A medida foi adotada duas semanas após o STF decidir que o CNJ tem competência concorrente com as corregedorias estaduais. A tese de Celso de Mello que sustentava a liminar era de que atuação do conselho era subsidiária, ou seja, devendo aguardar a atuação dos tribunais para depois exercer suas funções disciplinares.
O entendimento foi vencido pela maioria do Supremo e, com essa decisão, a AGU entende que a liminar deve ser revista e os magistrados voltam a ser aposentados novamente.
Atualmente, exercem os cargos amparados pela liminar concedida por Celso de Mello: José Ferreira Leite, Mariano Travassos e José Tadeu Cury e os juízes Marcelo Barros, Irênio Lima Fernandes, Marcos Aurélio dos Reis, Antonio Horácio Neto, Juanita Clait Duarte, Graciema Ribeira Caravellas e Maria Cristina Oliveira Simões.
Eles foram acusados de desviar dinheiro do Judiciário, para salvar uma cooperativa de crédito ligada à Maçonaria.
O pedido da AGU deve ser analisado nos próximos dias pelo ministro Celso de Mello, que monocraticamente pode rever sua decisão.
Atuação concorrente
Por seis votos a cinco, o STF decidiu que o CNJ tem competência concorrente com as corregedorias estaduais. Para a maioria dos ministros, não é preciso aguardar a atuação dos tribunais para que o órgão exerça suas funções disciplinares. A decisão foi proferida na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pela Associação de Magistrados Brasileiros (AMB).
Em seu voto o relator da ADI, o ministro Marco Aurélio defendeu que o órgão atue somente após os tribunais estaduais, em casos de situações anômalas avocar o processo ou ainda motivadamente a instauração de um procedimento originariamente.
O voto do relator foi acompanhado pelos ministros Cezar Peluso, Luiz Fux, Ricardo Lewandoswi e Celso de Mello.
Votaram a favor do CNJ: Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa, Rosa Webber, Dias Toffoli, Carmem Lúcia e Ayres Brito.
Caso Jurandir Lima
Outro magistrado que foi aposentado é o desembargador José Jurandir Lima, após ser acusado de nepotismo por empregar os filhos em seu gabinete. No entanto, até o momento ainda não há pedido de reconsideração por parte da AGU.
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