Envolvido em escândalo, novo diretor não acredita em irregularidade
Envolvido em um escândalo envolvendo a Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), em agosto do ano passado, o novo diretor-regulador da Agência Municipal de Regulação dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário da Capital (Amaes), Jacírio Maia Roque, acredita que o episódio foi isolado e, atualmente, não acontecem irregularidades na autarquia.
Ele ingressou no serviço público a convite do prefeito Chico Galindo (PTB), em 2010, quando veio de Presidente Prudente (SP), cidade natal do gestor, para assumir a diretoria técnica da Sanecap.
Em agosto do ano passado, A Gazeta publicou com exclusividade trechos de uma gravação em que diretores da companhia, após uma reunião realizada em maio do ano passado, revelando problemas em, pelo menos, 2 compras de materiais para obras. No áudio, o então presidente da Sanecap, Aray Fonseca (PTB), cobrava esclarecimentos sobre a compra de 240 toneladas de betonita (impermeabilizante utilizado em grandes obras). Os rumores era de que a empresa já teria comprado o material vencido e Maia foi acusado de tentar revendê-lo ao município.
No áudio, o diretor-regulador da Amaes afirmou que registraria um Boletim de Ocorrência (B.O.) contra o funcionário da loja de materiais de construção que teria afirmado que ele estava tentando vender o material à Sanecap. Maia chegou a afirmar que o caso era de polícia.
O escândalo veio à tona quando o vereador Deucimar Silva (PP) ameaçou instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Cuiabá para averiguar possíveis fraudes na Sanecap. Contudo, desistiu da ideia e os rumores se acalmaram.
Para ser nomeado diretor da Amaes, Maia passou por sabatina na Câmara, em sessão extraordinária realizada na tarde de sexta (17). Contudo, nenhum dos parlamentares questionou o episódio. Deucimar, autor das denúncias no Legislativo Municipal, não participou da sessão.
Ao Gazeta Digital, Maia explicou que, quando assumiu a diretoria-técnica da Sanecap, encontrou a betonita no aterro sanitário e havia dúvida se ela pertencia ao Município ou à massa falida da Qualix, que prestava serviços de coleta de lixo na Capital. “Então procurei saber sobre a possibilidade de adquirir aquele material”, completa.
Ele garante que foi orientado, na época, pelo promotor de Justiça do Meio Ambiente, Gerson Barbosa. “Agora, a questão paralela, se alguém ia comprar a betonita e faturar para o Município, eu sempre questionei e ainda bem que questionaram, porque isso não aconteceu”, defendeu-se.
No comando da Amaes, que tem como prerrogativa regular e fiscalizar os serviços de saneamento, ele acredita que esse tipo de episódio não continue ocorrendo na companhia. Maia deixou a Sanecap ainda no ano passado, quando foi escalado para a diretoria de infraestrutura da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfe)
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