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Sábado - 18 de Fevereiro de 2012 às 19:05
Por: MARIANA VERSOLATO

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Subestimada pelos próprios pacientes, que consideram a doença pouco grave, a asma mata por ano no Brasil cerca de 2.500 pessoas, ou seja, sete por dia.

Em 2009, foram 2.544, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Grande parte dessas mortes (37%) foi de pessoas com 75 anos ou mais.

Estima-se que 10% da população tenha a doença, mas apenas de 20% a 30% dos pacientes com asma seguem o tratamento corretamente.

Segundo especialistas, essa é a principal causa para as mortes por asma. Os remédios para controle da doença devem ser usados todos os dias, com ou sem crise, mas poucos seguem as recomendações médicas.

De acordo com João Negreiros Tebyriçá, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, as mortes por asma, como as que vieram à público nesta semana, ainda causam espanto.

Marcelo Dino, 13, filho do presidente da Embratur, Flávio Dino, morreu em Brasília na terça-feira. Anteontem, o correspondente do "New York Times" na Síria, Anthony Shadid, 43, também morreu após crise de asma.

"Há 30 anos, dizia-se que a asma maltrata mas não mata. Até hoje, os próprios pacientes acreditam que não precisam de tratamento, só usam a bombinha na crise. Eles acham que estão bem e param por conta própria."

Tebyriçá diz ainda que todas as mortes e internações --foram 156 mil hospitalizações em 2011, segundo o Ministério da Saúde-- podem ser evitadas com o tratamento adequado.

Quando segue as recomendações médicas, o paciente tem melhor qualidade de vida (melhor qualidade de sono e desempenho nas atividades diárias) e ainda se torna mais resistente aos fatores que desencadeiam as crises.

Poeira, cheiros fortes, pelos de animais, grandes altitudes e exercícios são alguns dos gatilhos para os ataques.

Esses estímulos estreitam os brônquios, dificultando a passagem de ar.

REMÉDIOS

A asma é uma doença crônica, com componente hereditário e causada por fatores como poluição do ar, alergias e infecções respiratórias.

Os medicamentos inaláveis devem ser usados por um longo período de tempo até que o especialista decida se deve diminuir as doses. Diariamente, devem ser usados corticosteroides e, em casos moderados e graves, associam-se broncodilatadores de longa duração. Os de curta duração, com ação rápida, devem ser usados nas crises.

Mesmo com tratamento, é recomendável evitar contato com aquilo que desencadeia as crises. Em ataques mais severos, que incluem maiores dificuldades para respirar e falar, é imprescindível procurar assistência médica.

"Não se dá a devida importância à doença e ao tratamento. Os pacientes sempre perguntam se têm que tomar o remédio para sempre", diz Elie Fiss, professor de pneumologia da Faculdade de Medicina do ABC.

Segundo Tebyriçá, os pacientes se decepcionam com o tratamento. "Quando dizemos que os remédios não vão curar, mas controlar a doença, pensam: "Não tem jeito, o remédio não muda nada."






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