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Sábado - 18 de Fevereiro de 2012 às 07:42
Por: KAMILA ARRUDA

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Mesmo prevista por lei, a cirurgia de reconstrução de mama através do Sistema Único de Saúde (SUS) para mulheres que passaram pelo procedimento de mutilação por conta de tratamento de câncer não vem sendo realizada com freqüência, pois milhares de pessoas ainda aguardam na fila.

De acordo com o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Luciano Chaves, a reconstrução mamária faz parte do tratamento do câncer, mas atualmente há um acúmulo de pacientes que não são beneficiados pela previsão legal. Desta forma, a entidade tomou iniciativa de fazer um mutirão, começando por Brasília, para realizar a cirurgias nessas pacientes.

O projeto já beneficiou 61 pacientes no ano passado e neste ano deve ser estendido a mais 19 estados. A meta é atender cerca de 500 mulheres que esperam pela cirurgia de reconstrução de mama, no período de 5 a 9 de março, em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Sergipe. O projeto não deve chegar a Mato Grosso.

Segundo o presidente municipal do conselho de cirurgia plástica, Houbert Sanches, não houve mão-de-obra suficiente para realização do projeto na Capital. “Não vai acontecer por uma série de fatores, como, por exemplo, falta de disponibilidade de profissionais especializados na área”, diz.

Contudo, Luciano ressalta que esta iniciativa se deve a grande importância que este procedimento tem na vida de pessoas que passaram pelo tratamento de câncer de mama. Segundo ele, uma pesquisa psicossocial realizada com aproximadamente 140 pacientes mostrou que a reconstrução de mama ajuda a pessoa a se reinserir na sociedade novamente. Além disso, a pesquisa mostrou que sem a cirurgia as pacientes solteiras encontrariam dificuldades de começar um relacionamento. Também apontou que, para 31% das mulheres pesquisadas, a mastectomia (retirada das mamas) foi a causa do fim do casamento.

A SBCP tem como objetivo, além de ajudar as mulheres que se encontram nessa situação, sensibilizar o Ministério da Saúde para o cumprimento da lei que prevê a reconstrução da mama para esta paciente, por meio do SUS.

Cerca de 1.500 cirurgiões devem ser voluntários do projeto nos dias do mutirão.

Luciano ressalta que este procedimento é considerado de média complexidade pelo SUS, tendo um custo de apenas R$ 133 reais. Desta forma, não se encontra explicação cabível para a demora no chamamento, e aglomerações na fila.

Este projeto-piloto, como é chamado, foi firmada após o alerta dado pela presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), Maria Caleffi, durante uma audiência pública no senado federal, ocorrida na última quinta (14). Na ocasião, ela destacou o fato de ter uma lei que prevê a obrigatoriedade do SUS fornecer este procedimento aos pacientes que tiveram mutilação de mama, e mesmo assim ter milhares de mulheres aguardando na fila.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama tem 50 mil novos casos por ano, chegando a matar cerca de 10 mil pessoas. Contudo, 45,3% dos casos são descobertos quando a doença já está em estágio avançado.




Fonte: Do DC

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