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Internacional
Sexta - 17 de Fevereiro de 2012 às 04:51

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O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-Moon, aplaudiu na quinta-feira (16) a aprovação na Assembleia Geral da Organização de uma resolução contra o regime do ditador da Síria Bashar al Assad.

"É crucial que o mundo fale com uma voz só para pedir o fim do banho de sangue na Síria e resolver a crise pacificamente, assim como fez hoje a Assembleia Geral", afirmou.

O chefe da organização qualificou a mensagem como "muito esperada", respaldando o plano de transição elaborado pela Liga Árabe e indicando "um caminho para uma solução política e um futuro pacífico para a Síria, com democracia, direitos humanos e dignidade para todos".

  Andrew Kelly/Reuters  
Plenário da Organização das Nações Unidas, em sessão que aprovou resolução contra violência na Síria
Plenário da Organização das Nações Unidas, em sessão que aprovou resolução contra violência na Síria

CONDENAÇÃO

A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta quinta com 137 votos a favor uma resolução que condena "as violações sistemáticas dos direitos humanos" cometidas pelo regime da Síria.

O texto pede a execução do plano proposto pela Liga Árabe no último domingo, que exige, entre outras medidas, a renúncia do ditador Bashar al Assad e o início da transição democrática.

O documento, proposto por Arábia Saudita e Qatar e respaldado pelos países árabes, Estados Unidos e União Europeia, foi aprovado com 137 votos a favor, 17 abstenções e 12 sufrágios contrários, dentre eles os de Rússia e China, que vetaram resolução semelhante no Conselho de Segurança da organização, no dia 4.

Além dos dois membros do Conselho de Segurança, votaram contra Irã, Belarus, Zimbábue, Coreia do Norte, Cuba, Nicarágua, Venezuela, Equador, Bolívia e a própria Síria.

Esta foi a segunda resolução adotada para a Síria em dois meses. Em 19 de dezembro, a Assembleia Geral aprovou outra condenação contra o regime de Bashar al Assad por violação de direitos humanos e pediu o fim imediato da violência. As decisões não podem ser vetadas e não são vinculantes, mas manifestam a opinião de todos os países do mundo sobre as questões votadas.

  France Presse  
Homem anda sobre escombros de casas na cidade de Idlib, no norte da Síria, após ataque de regime
Homem anda sobre escombros de casas na cidade de Idlib, no norte da Síria, após ataque de regime

RESOLUÇÃO

A resolução aprovada segue as proposições árabes, apesar de não citá-las nominalmente, e apresenta cinco exigências ao regime do ditador Bashar al Assad -- fim da violência dos dois lados, liberação de todos os presos políticos durante a rebelião, retirada de tropas das cidades, garantia de manifestações pacíficas e autorização a entrada de monitores da Liga Árabe e da imprensa internacional.

O documento apoia a proposta de missão de paz conjunta da Liga Árabe e a decisão de facilitar uma transição política à Síria para um regime democrático, a partir de um "diálogo sério" entre o regime sírio e toda a oposição.

O texto ainda pede que o secretário-geral da organização, Ban Ki-Moon, nomeie um enviado especial à Síria para promover uma solução pacífica à crise.

Desde o início dos protestos, mais de 5,4 mil pessoas morreram pelos dados da ONU divulgados em janeiro, embora a oposição síria fale em mais de 6 mil vítimas civis.

A oposição síria estima que os civis mortos superem os 6 mil e inclusive há países, como a Arábia Saudita, que falam em mais de 7 mil óbitos.

Mais cedo, a Rússia já havia anunciado que se oporia à resolução. De acordo com o vice-ministro de Relações Exteriores do país, Gennady Gatilov, a resolução foca integralmente no regime e não considera os militantes armados da oposição. "Não podemos votar nessa resolução, porque ela ainda é desequilibrada".

Moscou também considerou que o documento diferiu pouco do anterior, vetado também Pequim na reunião do Conselho de Segurança do último dia 4. 






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