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Nacional
Quinta - 16 de Fevereiro de 2012 às 15:58

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Advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, se prepara para quarto dia de julgamento. Foto: Mauro Horita/Terra


Advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, se prepara para quarto dia de julgamento. (Foto: Mauro Horita/Terra)

 


Após a advogada de Lindemberg Alves Fernandes ser intimidada em frente ao Fórum de Santo André, onde seu cliente é julgado pelo cárcere e morte da ex-namorada Eloá Pimentel em 2008, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Luiz Flávio Borges D"Urso, divulgou nota nesta quinta-feira para defender a "atuação livre e independente" dos profissionais. "O advogado criminal não pode ser confundido com seu cliente, nem deve ser hostilizado pela sociedade."

Conforme D"Urso, o advogado é fundamental para assegurar o direito de defesa do acusado, de acordo com a Constituição. "Sem advogado não há Justiça", afirmou. No comunicado, ele diz que a OAB está "vigilante", especialmente nos casos dos profissionais que "enfrentam antagonismos e incompreensões da opinião pública por patrocinarem a defesa de acusados de cometerem crimes que provocam a comoção social".

As declarações da advogada Ana Lúcia Assad sobre Lindemberg ser um "bom rapaz" geraram revolta no público que acompanhava o julgamento. No segundo dia do júri, ela precisou deixar o prédio do fórum escoltada. Na chegada, no dia seguinte, a advogada ouviu gritos de "vai embora" e "fora", e pediu que a população parasse de hostilizá-la. "Eu não sou acusada, eu não sou ré", afirmou.

A promotora Daniela Hashimoto, responsável pela acusação contra Lindemberg, saiu em defesa de Ana Lúcia. "Não tive contato com o meio externo, mas peço aos senhores jornalistas que façam chegar à população que o trabalho da advogada faz parte do Estado de direito democrático", disse.

O julgamento de Lindemberg começou na segunda-feira. A sentença deve sair ainda hoje, após os jurados se reunirem na sala secreta. Ele responde a 12 crimes, cujas penas juntas podem chegar a 100 anos de prisão.

O mais longo cárcere de SP
A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.

Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.

Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.





Fonte: Terra

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